terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Resposta a Mariana Torquato e a moral dos fracos




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Amauri Nolasco Sanches Junior

A dona do canal, “Vai uma Mãozinha aí? ”, Mariana Torquato, faz vídeos sobre inclusão de pessoas com deficiência graças a sua deficiência congênita de não ter o braço esquerdo. A bastante tempo venho acompanhado seu canal e a bastante tempo quero escrever um texto sobre isso e o ultimo vídeo dela, “MANU GAVASSI, PRECISAMOS CONVERSAR”, veio a calhar por duas coisas. Uma, graças a um comentário de um grupo de uma pessoa que disse que acompanhava a Mariana e passou a não acompanhar mais, porque ela não entendeu ainda a luta da inclusão e distorce algumas coisas. E um comentário do meu pai, que disse que ao invés do segmento ficar de fofoquinha e de papo furado na internet, deveríamos nos unir para aqueles que nos ferra. Não é segredo nenhum, que o segmento das pessoas com deficiência, é um poço de vaidades e desprezo pelo outro.

O filósofo Nietzsche – que viveu entre a metade do século dezenove e o começo do século vinte – tinha um pensamento interessante para explicar a moral do mais fraco. Eu me identifico com ele por causa que ele não queria seguidores e por ele ter um martelo que destruía todos os ídolos e passei a ter também esse martelo, pois, ter o pensamento positivo não é ser passivo dentro da luta de tirar paradigmas de séculos (porque não, de milênios). a moral do mais fraco tem a ver do bom e com ruim. Nietzsche disse que fraco é aquele que questiona o bom, porque o bom é aquele mais apto da luta, é aquele que tem mais conhecimento e é aquele, que está para lobo. Mas, o problema, que o fraco é um nostálgico da moral e questiona esse ruim e acha que é a verdade, esse lobo perde seus pelos e começa a crescer lã de ovelha e ter um sentimento de rebanho. As ovelhas precisam de um pastor. Pastores são aqueles que impõem leis morais para dominarem o rebanho, sejam elas religiosas, sejam elas ideológicas. Nietzsche achava que sem liberdade de pensamento e escolha, não poderia ter o sujeito. Porque o sujeito pressupõe uma consciência independente e além das forças reacionárias e revolucionarias sociais e figuras metafisicas.

Mas o que isso tem a ver? Tem muito a ver. eu e a Mariana travamos uma discussão sobre os memes que teve do Lula por causa da falta do dedo – que diz ele perdeu numa prensa – e ela disse no vídeo, que isso era uma falta de respeito. Mas, como o vídeo da Manu Gavassi, isso é problematizar algo que não tem a ver com a inclusão. Porque o bom, mesmo que seja chamado de nove dedos, retardado, ou aleijado, não vai se importar. Eu mesmo, dentro da própria internet, sempre fui chamado de burro pelo filósofo Paulo Ghiraldelli Jr, sempre fui chamado de aleijado safado pelo Olavo de Carvalho e estou pouco ligando. O bom é o forte que adquiriu a moral elevada e não se atinge pelas morais pequenas como essa. E outra, retardado sempre foi um sinônimo de zoeira e mesmo que alguns médicos psiquiatras sempre chamaram pessoas com deficiência intelectual de retardado, foi um erro. Mas, o mais forte não deveria se importar.

Estamos numa sociedade que esqueceu o mais forte, sempre teve um pensamento de ovelha que segue o pastor. Se o pastor leva a esquerda, essas ovelhas vão, se levam a direita as ovelhas vão também. O cristianismo, em sua essência, teve uma parcela de culpa. Mas, porém, acho que a própria pessoa se sente uma pessoa fraca, uma pessoa que quer ser igual o bom, um espirito nobre que tem os valores verdadeiros e não tem espirito de rebanho.  Ou seja, a felicidade não estará nas coisas, isso é uma consequência daquilo que você conquistar e daquilo que é ou não verdadeiro. O bom (o forte), não quer o que o outro conquistou e não acha que a culpa é dele, simplesmente, faz do teu mundo um lugar de uma realidade em cima de uma montanha. Ele está acima de leis morais do ressentimento e da moral do mais fraco, que tem que gostar das mesmas músicas, das mesmas series, gostar das mesmas coisas de uma sociedade que nos rejeita e acha que são superiores. O bom não se acha superior, porque sabe da sua natureza, ele cai do abismo dançando. É o lobo e todos que pensam igual, tem a alcateia. O segmento para estabelecer uma inclusão tem que ser uma alcateia e não um rebanho, não aqueles que querem separar, os individuais fracos que só querem o seu e usam de ironia, para chamarem atenção. Sua ironia mostra sua fraqueza de espirito de não ter o que o outro tem.

Respeitar tem a ver com empatia e só os mais fortes tem a educação e tem o respeito nele mesmo, respeita a alcateia, respeita a luta do outro. Quando um lobo luta, outros vão ajudar, mas, sem seguir rebanhos. Sem seguir modinhas desnecessárias. Não acho que o grande problema da inclusão está na linguagem, mas, na união dos que são discriminados de verdade, sem vitimismo e sem essa frescura que não pode ser chamado de retardado, ser chamado de aleijado, ser chamado de coisas que não acrescenta.



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