sábado, 1 de dezembro de 2018

Cadeirante anti-exemplo de superação, nem direita e nem esquerda e anti-religioso não ateu






Resultado de imagem para Nietzsche na moto



Amauri Nolasco Sanches Junior

“Eu vos digo: é preciso ter ainda o caos dentro de si, para poder dar à luz uma estrela dançante, eu vos digo: tendes ainda o caos dentro de vós” – Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, p. 18

Tenho duas coisas que me movem quando eu estou escrevendo ou querendo dar minha opinião é ser uma metamorfose ambulante do nosso saudoso “Raulzinho”. Outro, minha “veia” filosófica que o meu pensamento mor – cada filósofo tiro uma essência que sigo – é a destruição de todos os ídolos que veio, claro, de Nietzsche. A título de exemplo, posso gostar de uma banda, gosto das músicas e posso gostar de algumas atitudes, mas, isso não quer dizer que não vou criticar outras atitudes que não gosto. Só para ressaltar, posso gostar dos Beatles, mas, reconheço que foram uma banda pop do mesmo naipe dos Black Street Boys. Ou seja, eu quebro os ídolos e não uso de fanatismo, nem ideológico, nem religioso e muito menos, televisivo, para analisar. Ídolos são apenas para as pessoas que precisam de “muletas” conceituais para imaginar ser uma pessoa que não é, ou não aceitar quem você é.

Para se chegar a destruir ídolos (de qualquer porte) se tem que ter o caos dentro de você e usar esse caos para criar a estrela brilhante. Quem conhece um pouco de astrofísica, sabe muito bem, que dentro de cada nuvem espacial, existe o caos que nasce uma estrela quando as moléculas se agitam. Esse caos que Nietzsche fala para dar vida a uma estrela dançante, é o caos da certeza, o caos da morte dos ídolos e só você pode resolver seus próprios problemas. Você tem seus conceitos, tem seus valores e não mudarão, porque uma sociedade ressentida, acha que você não pode ser o vencedor (só se você se achar mais fraco que eles), acha que quem tem um pensamento acima de qualquer ídolo, é um desqualificado. O ressentido é aquele que não consegue ser o vencedor, aquele que não tem esse caos dentro dele mesmo, tem que procurar ídolos para confortar seu próprio fracasso. Se escondem embaixo de religiões ou ideológicas politicas só para se sentir importante, só para se sentirem senhores de si mesmo, mas, ainda sim, tem alma de rebanho. Por isso tem os pastores (que cuidam do rebanho das ovelhas dóceis) ou existem os padres (que cuidam dos seus filhos), porque quem tem alma de rebanho, quem precisa de um pai, tem que ter alguém que lhe mostre o caminho.

Aí você começa a pensar que dentro da caverna você só via sombras daquilo que te falavam que era a verdade, porém, não existe nem fatos eternos e nem verdades absolutas. Segundo Nietzsche, não precisamos esperar sair da caverna para ver que aquilo não é verdade – mesmo o porquê ele usou Heráclito que dizia que tudo muda – porque as sombras uma hora teriam que mudar, porque tudo muda dentro da realidade. O ressentido – voltando um pouco – vai ver as verdades absolutas para estar seguro, quem não é ressentido, vê que a realidade muda e aceita essa realidade. O “amor fati” nietzschiano, é a aceitação que você está numa caverna e tem que perceber as sombras e graças a essas sombras, você é dominado. Num outro exemplo, posso pegar minha condição de cadeirante e pessoa com deficiência física e aceitar minha condição sem me martirizar ou pensar ser um castigo, pois, é só uma condição que vou ter que me adaptar e lutar pela inclusão das pessoas com deficiência que estão na mesma condição. Isso está além da esquerda progressista (muito menos a socialista), muito além da direita liberal ou conservadora.

Chagamos ao Ubermensch (além-homem ou super-homem) que nada tem a ver com o fascismo ou o nazismo – que ainda exige um ídolo para seguir – e sim, ver os verdadeiros valores nobres como valores a seres seguidos, valores que estão além do bem ou no mal. O “super-homem” de Nietzsche não é o Superman da DC – alguns até dizem que é ao contrário do que Nietzsche pregava. É escravo da moral humana num bem totalmente, kantiano – e sim, um ser humano que transcende as morais que fazem dele mais um num rebanho, um que vê a humanidade acima da montanha. Ele não é submisso a ninguém e nem a ídolo nenhum, está acima de qualquer valor vigente e isso que é o caos, as marteladas nos ídolos.

Quando eu escrevi o texto “MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NÃO QUER EDUCAR AS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA”, nunca coloquei nenhuma ideologia no texto, mas, fatos que comprovam que o MEC quer mesmo, reabrir as classes especiais. Em dois grupos que tratam do assunto, pessoas me criticaram (criticas burras por sinal), no meu modo de pensar e dizendo ser notícia falsa. Ora, isso mostra que há muitas pessoas que se apegam, ainda, em ídolos e esses ídolos apoiam seu fracasso. O ressentimento de não aceitar sua deficiência e se trancar numa ideologia (o Bolsonaro não é nenhum imperador os até mesmo, um ser divino infalível), ou se trancar em religiões ressentidas que pregam a humildade da submissão, ou a vitória só se você se submeter para um “deus” ciumento, que adora guerras e deixou um querubim criar o inferno. Se o Eterno é onipresente, onisciente e onipotente, não vai ser nada disso, porque ele está acima de qualquer sentimento humano. Minha convicção espiritual é acima do ressentimento, porque o caminho espiritual tem a ver com o conhecimento, pois, não há o bem e o mal, há o conhecimento e a ignorância. Se tenho imagens de todos os líderes espirituais, é porque conheço cada um deles e suas mensagens.

Críticas vazias ou da perfeita falta de convicção sua mesmo, fazem de você um sujeito com alma de rebanho. Sempre quando se tem alma de rebanho, se tem uma mente dual, convicções que não são suas, ações escravas de outras ações. Quem tem a convicção daquilo que acredita e é (valores de nobreza verdadeiros), são aqueles que deixam o caos dentro de si para deixar sempre suas estrelas dançantes, brilhares e serem. Essas estrelas são a celebração da vida, a verdadeira vitória da vida.

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