quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Focamos no Flávio Bolsonaro e esquecemos do poder de Renan Calheiros






Amauri Nolasco Sanches Junior

Quem me conhece sabe muito bem, que eu não defendo ninguém e não acredito cegamente em ninguém. Mas, será que não estamos focando mais em um caso e não estamos focamos em outros casos muito piores? Flávio Bolsonaro deu uma entrevista e deu uma explicação, bem ou mal, foram mostradas a versões dele e devemos passar pelo crivo da razão e não da emoção. Claro, se houverem provas que ele fez movimentações que não deveriam ser feitas, deverá ser indiciado e deve sim ser condenado. Acho que isso fica claro para todo mundo. Mas, existem duas coisas que problematizam a discussão: primeiro é o fanatismo explicito dentro dos que estão a favor da família Bolsonaro e aqueles que estão contra a família Bolsonaro e o PT que é um caso à parte da discussão.

A discussão tem que partir na ética e no sistema cultural do Brasil. Lembra da serie o Mecanismo que estamos esperando a segunda temporada? Vamos imaginar uma imagem que mostra uma dentro da outra como uma ligação, entre a primeira e as outras que são formadas ao longo do vídeo. Elas têm uma ligação porque se projetam uma dentro da outra como uma ligação existencial. Como essas imagens, temos um sistema cultural e político parecido, porque sempre alguém tem um esquema “por fora’ para burlar o sistema burocrático que povoa nosso país. Por que esse sistema existe? Assim como as leis, a burocracia nasce para barrar (em tese) as muitas fraudes que pode acontecer diante de um requerimento, ou seja, se aparece alguma burocracia é porque houve abuso nos casos de fraudes. Por exemplo, os adesivos para colocar nos carros mostrando que o veículo era dirigido ou contém uma pessoa com deficiência era distribuído sem nada, hoje, por causa do abuso, se burocratizou a distribuição desses adesivos. Por outro lado, pode alimentar a indústria da multa, que é de milhões e a indústria de contrato de pessoas só para cuidar desse tipo de papel e dos adesivos. Há ainda outras questões como: quem faz esses adesivos? Se você pode provar se você tem ou não deficiência, por que toda essa burocracia de pegar um adesivo? A burocracia é bem mais fácil do que prender aqueles que pegaram o adesivo indevidamente.

Como um outro exemplo da Lei de Quotas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Existe vários mecanismos para o dono de empresa dar uma desculpa para não cumprir a lei e tais são absurdos como mandar o laudo médico junto com o currículo, ou colocar o CID (Condigo Internacional de Doenças) no próprio currículo. Nesse caso é uma burocracia para defender quem não quer contratar pessoas com deficiência e se existe quotas, é porque nós não somos avaliados pelos nossos currículos e sim, pelas nossas deficiências. Quem ganha com essas burocracias desnecessárias?

E o sistema se alimenta das fanáticas esperanças de terminar a corrupção, ter um herói, ter uma pessoa que resolva problemas que só nós poderemos resolver. O fanatismo nasce de uma fé cega por uma pessoa, uma religião ou uma ideologia. Só que não sou amigo de determinado político, não convívio com ele e não sei o que ele faz por trás das câmeras, só vejo o que a imprensa ou a internet traz dele. Se ele tirou milhões da miséria, não foi mais do que a obrigação fazer isso e todos os políticos que administram o país, deveriam fazer a mesma coisa e ter ética. Ética de explicar direito. Ética de não fazer burocracias de coisas que as pessoas precisam com urgência. Não criar mecanismos para fomentar o preconceito e a discriminação. O PT (Partido dos Trabalhadores), grita agora por ética e de CPIs, mas, no governo Lula, quantos processos de Lei de Quotas e outros, não foram favorecidos os donos dessas empresas e outras coisas mais? Quantos trabalhadores tiveram que fazer acordos para não perderem o pouco que iriam ganhar por ser mandado embora?

Então, esse esquema existe desde quando os portugueses que viviam no Brasil, escondiam o dinheiro dentro dos santos (por isso apareceu o termo, santo do pau oco), ou como Dom Pedro, que trocou Roraima com cavalos que dizia ser puro sangue. Nossa cultura foi moldada através do cafezinho, através do jeitinho de não contratar cadeirantes, de parar nas vagas de estacionamento ou se você quiser mais rapidez, você pagar por fora. Pneus de cadeira de rodas motorizadas são os mesmos de carrinho industrial, mas, para cadeira de roda é mais caro. De cadeira de rodas manual, são de bicicleta, mas, são mais caros para a cadeira. Mudaram as tomadas de três pinos, quem ganha com isso? Por que o Jose Dirceu ainda está solto? Renan Calheiros ainda está no senado? São perguntas que devem ser perguntadas e são cruciais para os moralistas de plantão.


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