Amauri Nolasco Sanches Junior
Nossa nação não sabe escrever e não sabe ler. Quando li uma
postagem, que uma moça diz que o coletivo de lobo é cardume, eu tive a certeza
que não temos escola. Escola vem na Grécia antiga, SKOLE que teve uma evolução até
o termo em latim SCHOLA. Em ambas as línguas – tanto o grego quanto o latim – temos
o significado, “discussão ou conferencia”, mas também significavam “folga ou ócio”.
Na essência, a escola deveria ser uma discussão ou conferencia, num estado de ócio
ou folga. O modelo da escola hoje, o professor na frente e fileiras de alunos,
vendo o professor passar matérias de séculos atrás. Há uma discussão de avaliar
os erros dos alunos e o professor, no meio da discussão, poderá corrigir esses erros?
Será que o modelo que temos hoje é um modelo falido? Quando vemos as redes
sociais, o analfabetismo funcional ou não.
Eu escrevi um texto <<< FELIZ NATAL METALEIRO - UMA REFLEXÃO >>>, onde eu faço algumas reflexões sobre o Instagram. Interessante,
que esse anime mostra exatamente, que as pessoas montam uma vida artificial para
mostrar nessas redes sociais. Você vê paredes de tijolos numa foto no
Instagram? Venezuelanos mostrando uma vida que não bate no que vimos nos
jornais ou em testemunhas de outros venezuelanos, relatando uma realidade miserável.
Porque as pessoas idealizam uma realidade que não existe. Se você vai para a
Grécia – um país que hoje, se encontra quase falido e salvo por grandes
potencias como a Alemanha ou a França – você pode ir e mostra que você foi. Mas,
se você não mostra as ruinas, por exemplo, como acreditar que você foi mesmo na
Grécia? Não é uma discussão entre liberdade e não liberdade. Todos podem fazer
o que quiser, mas, devemos colocar uma visão cética e duvidar nas coisas que nos
mostram. Isso tem mais a ver com a má-fé e boa-fé. Eu, particularmente, não dou
like para fotos de praia.
Temos uma cultura (condicionamento), que as pessoas “tem que”
ir para a praia, as pessoas “tem que” ir numa balada, as pessoas “tem que”
sempre sair ou ostentar algo. Acho muito brega. Quer coisa mais brega do que
ser escravo dos objetos? Ninguém sabe que eu passei o ano novo em algum lugar,
ou que passei o natal em algum lugar fora, porque não postei. Teve o churrasco
no apartamento da minha irmã e não postei nenhuma foto, ninguém postou nada,
porque não somos escravos da modinha. O declínio de uma cultura é a falta de
valores verdadeiros dentro de uma sociedade, algo que o filósofo Nietzsche alertou
no século 19. Quando ele diz que “matamos Deus”, ele está falando que matamos tradições
de milênios em nome de outros valores que negam a vida. O que ele chama de “espirito
de rebanho” é o reflexo de uma cultura de sempre querer estar nas mídias, ouvir
ou assistir tudo que a massa ouve ou assiste. A sociedade brasileira perdeu
valores. Não estou dizendo valores conservadores, mas, um discernimento do que
ouve. Músicas infantis, que mostram homens ou mulheres, sendo traídos, amores
arrebentados, mostrando que você não pode ficar nem com quem amamos. O sertanejo
virou uma coisa que não é mais sertanejo.
O funk pancadão é uma música machista, idealista (ostenta
aquilo que aquela realidade não pode ter), uma música que só há pornografia e
nada passa de bom. Que, claro, a esquerda transforma em cultura, mas, não há nenhuma
cultura nisso. Ensina ao jovem alterar a bebida da moça para estupra-la, ensina
ao jovem fazer de tudo para ganhar muito e ter um carrão, ensina ao jovem um hedonismo (prazer a todo custo e só prazer), interessa na vida. A verdadeira
cultura procura ensinar, no meio de discussões e no ócio, que o importante não é
o prazer (hedonismo), mas, a felicidade de ser verdadeiro (eudemonismo), onde há
o bem e o bem-estar não só meu, mas, de toda a uma sociedade. Sendo assim,
concordo com Platão e Aristóteles – mais Aristóteles – que diz que a ética é
uma conduta da pratica. Até mesmo, você seguir uma religião e fazer coisas que não
combinam com aquela religião, não faz o menor sentido. Fora, que com muita “cara-de-pau”,
diz ensinar as meninas a ser imponderadas, porém, rebolam e dizer “dar” para os
homens, do jeitinho que eles querem. Isso não é contra o feminismo? Você ficar
rebolando de calcinha para machinho se masturbar? Ou acham que o cara está
vendo o seu vídeo para quê? Essa é a derrocada da nossa cultura.
Claro, cada um é dono do seu corpo e das suas partes
intimas, mas, estão invertendo lutas que não são assim. O emponderamento da
mulher não se dá ela gritando os quatro ventos, que no governo do presidente Bolsonaro,
“vai dar o seu cu”. Desculpem, mas, tem que ser mostrado isso. Ou fazendo
clipes, que o sujeito faz da bunda da cantora de tamborim. Qual a valorização da
mulher nisso tudo? Quando essa derrocada começa em nosso país? No final dos
anos 80 com a lambada, que meninas vestiam saias curtas – para aparecerem mesmo
tudo – que terminou hoje com o funk. Mas, nos anos 90 já existia o funk
carioca, ainda, fechado no escopo do morro e os bailes eram em periferias. Talvez,
tem a ver com a ilusão que esse tipo de música mostra, a realidade dessas
comunidades. Por que mostra esse tipo de realidade? Será, que, exatamente, não ter
uma cultura com esses valores? Será que essas músicas, não, também, incentivam a
gravidez na adolescência? Você não pode incentivar e querer que as pessoas repitam
esse tipo de coisa, você tem que ensinar que aquilo é errado.
O que podemos ver com isso? Que a ética só acontece com o
conhecimento e a razão, pois, uma sociedade sem educação sempre será como “animais”.
Ou seja, somos presos a nossa própria liberdade, mas essa liberdade, tem que
ter o conhecimento sem esse “espirito de rebanho”.
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