quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Não chega o Teleton, tem que fazer vídeo fofinho de criança com deficiência





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Imagine você abrir o seu Facebook e se deparar com um vídeo de um garotinho andando – ao que parece, o garotinho tem a mesma deficiência que a minha, paralisia cerebral – e no fundo, um hino evangélico. O que você sentiria em ser usado por igrejas para ficar propagando uma religião que só pensa nos bens materiais? Quem me conhece sabe que não tenho nada contra nenhuma religião, acho até, que o momento da graça é um momento de comunhão com a consciência do Eterno. Mas gosto das religiões que não tem outros seres ou desculpas, para ficar fugindo dos seus atos imorais. Eu gosto de religiões como o budismo e o espiritismo que não joga no outro o que é culpa da sua ignorância, principalmente, quando não há ignorância. O deputado Eduardo Cunha, que está preso por corrupção, era evangélico e não teve escrúpulos de fazer o que ele fez.

Uma religião nunca te dará condições ético-morais para conviver como ser humano e sim, a educação. Os protestantes de lá de fora já constataram que o melhor até mesmo para sua religião é a educação e o conhecimento, porque conhecendo e se conhecendo, vamos sempre crescer e evoluir. Mas existe uma grande diferença entre a religião e a espiritualidade, porque você, por exemplo, pode ser um espiritualista e ler Lutero ou Santo Agostinho muito tranquilamente sem nenhum viés religioso. Aliás, uma das coisas mais bonitas que li nas redes sociais foi, que Jesus gostava de pessoas e não de religiões. Mas sabemos muito bem, que as pessoas ditas cristãs, ao longo da história humana, sempre mataram aqueles que não concordavam com sua religião. Comunidades inteiras foram queimadas e dizimadas por causa de um pensamento religioso que quis se o predominante. Sabemos muito bem, que Jesus iria ser contra essa barbárie toda.

Sabemos também, que nós, pessoas com deficiência, somos explorados pela religião e isso é fato. Quantas pessoas com deficiência foram exploradas nas igrejas para pedirem esmolas na idade média? Quantas pessoas com deficiência foram mortas nas fogueiras da santa inquisição acusadas de serem demônios? A imperfeição sempre foi um ponto importante para alimentar crenças como demônios ou criaturas demoníacas, que eram só, deuses celtas ou da antiguidade, mostrados como demônio para a igreja prevalecer como hegemônica. Só vê os faustos romanos ou o miniaturo grego que foram demonizados. Até o deus celta “Gama Ray”, foi posto como uma das aparências do demônio, e seres que eram vistos como seres imperfeitos, foram taxados de serem demônios. Claro, o Eterno como onisciente, onipresente e onipotente não pode ter deixado “escapar” um plano, de um querubim que tinha inveja do ser que o Eterno amou mais. Na verdade, nem sabemos o propósito da vida e porque ele foi criado e queremos achar, que um ser angelical, posa sofrer inveja de um simples e reles ser humano.

As imperfeições são só os conceitos humanos, pois, dentro do universo conhecido não há perfeição ou imperfeição, há a existência e a inexistência. Tudo tem uma forma e tudo é o que ele tem que ser, porque a lei da evolução não é o mais forte sobrepondo o mais fraco, mas, o mais apto a se adaptar ao meio que vive. Isso não quer dizer o mais sarado, o mais perfeito, o mais morais e etc, vão perpetuar. Os neandertais eram humanos fortes, porém, não perpetuaram e alguns foram incorporados no DNA do homo sapiens e outros foram extintos. Outra coisa, a heterossexualidade não é a única maneira de perpetuar seus genes – sendo o homossexualismo uma pratica normal da Grécia antiga e nem por isso terminaram as famílias – existem pessoas que não se casaram ou não tiveram filhos e seus genes foram perpetuados pelos sobrinhos ou primos. Então, todos os argumentos são destruídos dentro do conhecimento e esse conhecimento faz a diferença. Eu sou um ser destruídos de ídolos.

O que me incomoda é algo muito mais profundou. Uma coisa que eu coloquei no meu tratado sobre o capacitismo. Enquanto as pessoas fazem esses vídeos fofinhos, onde parece que nossas vidas é um paraíso, as UBSs da prefeitura de São Paulo não têm médico (na Vila Nova Iorque), não cuidam das pessoas com deficiência e não querem fazer pedidos de cadeira (no Jardim Elba). Depois de três faltas no serviço ATENDE+, nós perdemos o serviço (mesmo se justificarmos). Entidades exploradores como o Cantinho da Esperança (jardim São Roberto), entidades que fazem programas nos infantilizando como o Teleton, existem entidades que acorrentam e prendem as pessoas com deficiência e outras coisas mais. Quem desses religiosos fazem vídeo denunciando esse tipo de pratica no Brasil? Qual religioso faz um vídeo das mesmas pessoas que doam para o Teleton, param nas vagas destinadas as pessoas com deficiência? Sentam ou ficam no box do ônibus e, muitas vezes, nem deixam o cadeirante subir? Ou somos explorados dentro das igrejas para a promoção das mesmas? Qual religioso faz um vídeo desse?

Por outro lado, a culpa disso tudo não é só da cultura e da atitude social e também, de algumas pessoas com deficiência que aceitam passivamente, alguns pontos para não contrariar as pessoas. Para ganharem com isso prestígio, ganharem sempre relevância dentro do segmento. Eu sou uma espécie de vilão do segmento, aquele que enxerga muito além do que é me imposto.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

#valevaitomanocu – a chacina de Brumadinho (MG)





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Immanuel Kant (1724-1804) dizia que a ética não deveria ser uma lei política e sim, um dever de cada um. Por exemplo, se eu sei que não pode dirigir em alta velocidade é porque eu sei, que é uma forma de não arriscar a própria vida e nem a vida dos outros, é ser responsável consigo próprio e com o próximo. Ou seja, se você não quer que façam com você, não faça a mesma coisa com os outros. Você imagina como seria se outra pessoa manobra-se na contramão e batesse no carro de um parente ou da sua mulher? Ou que atropelasse um filho ou seus pais? E como seria se a família de todos os envolvidos da empresa de mineração Vale, se parentes deles fossem soterrados com toneladas de lama com dejetos de mineração? Será que os políticos que votaram o aumento da capacidade de extrair minério iriam querer que seus parentes morressem assim?

O Imperativo Categórico é bem preciso quando se trata do Brasil. Somos uma nação que nosso pilar sempre foi a ignorância, porque os únicos estudados e com alguma cultura, foram os jesuítas. Esses jesuítas eram católicos e os católicos sempre acreditavam que o estudo é uma coisa que te colocava em orgulho, e o orgulho, é um pecado original. Aliás, graças ao conhecimento de tudo, segundo os ensinamentos cristãos católicos, fez Satã ter o orgulho e a inveja de Deus. Assim, eles não queriam dar alguma cultura aos índios e aos filhos dos bandeirantes, eles queriam catequizar. Por exemplo, os Estados Unidos da América (EUA), para pegar uma nação com a mesma idade, a primeiras universidades americanas foram construídas a partir do século dezesseis e dezessete. A primeira universidade do Brasil, só aconteceu no século dezoito com a vinda do imperador português Dom João VI. Mas, porque a nação norte-americana teve uma atitude de dar o conhecimento e o estudo e no Brasil não?  Porque, já no século quinze, a Inglaterra já era uma nação que tinha uma tendência de liberdade e de cultura e que saiu, graças aos reis, da idade média. Depois de Henrique VIII, houve uma ruptura com a igreja católica. Portugal tinha uma fé cega e era católico, levando a corte dar uma de iluminista, mas, que demorou a se modernizar.

No mais, a colonização dos Estados Unidos foi por famílias que queriam cultivar e condenados – que foram mandados ou fugidos – que queriam ganhar dinheiro. Por outro lado, a maioria dessas famílias e pessoas, sabiam que iriam ficar lá e tinha a sensação que as terras americanas eram uma extensão da Grã-Bretanha. A Inglaterra (que é a nação líder do conjunto da Grã-Bretanha), não tratava as terras americanas como uma simples colônia e não tinha uma dominação religiosa. Como eram, em sua maioria, protestantes, as próprias pessoas construíram as igrejas e as próprias pessoas construíram as cidades (até, as próprias pessoas, mataram os nativos). Por isso mesmo, o norte-americano é um povo muito pragmático e utilitarista. Assim, melhor sacrificar poucos para muitos viverem bem (não quer dizer que eu concordo). Portugal era uma nação que descobriu o caminho das Índias – nesse intuito de desbravar esse caminho, descobriu o Brasil – ganhou muito dinheiro com isso e gastou muito dinheiro. Teve sempre um povo ignorante e religioso, acreditava numa religião que não gostava do conhecimento, mesmo que seus governantes, fossem metidos a iluministas. Na verdade, Portugal nunca tratou o Brasil e outras colônias como uma extensão das suas terras (como ficou conhecida a burrice de Dom João VI de não fazer o centro do seu império no Brasil) e sim, os portugueses sempre parasitaram as colônias. Os bandeirantes eram condes falidos ou mandados, para descobrir minérios preciosos (como ouro ou pedras preciosas) com a promessa de eles voltarem para suas terras (que nunca acontecia). Mentiam (que é pecado), usavam da esperança para convencer os bandeirantes e ainda, os bandeirantes atacavam, escravizavam e em alguns casos, estupravam, os povos nativos. Muitos casaram com as filhas dos chefes (quantos jesuítas não se renderam ao pecado da carne?).

Por que será que Minas Gerais tem esse nome? Por que Tiradentes foi enforcado e estripados (muito acham que não foi ele)? Minas Gerais tem esse nome por causa das suas jazidas de minérios diversos, que fazem do Brasil, uma nação com muita riqueza. Acontece, que ter mineradores minerando em minas ou rios um por um, é diferente do que dragas engolirem montanhas imensas quase todo dia. Se os dejetos já eram problema com o simples minerador – que jogava na própria água do rio ou em volta da mina – imagina dragas tirando milhões de minérios? A Vale é uma das maiorias mineradoras da América Latina, foi fundada por Getúlio Vargas em 1942 – muito provavelmente, por causa da segunda guerra mundial – e privatizada, com participação ainda do governo, pelo governo FHC (Fernando Henrique Cardoso). Muitos culpam a privatização, porém, muitas empresas estatais como os Correios, não tem competência para se operar no Brasil. Sofremos de problemas estruturais, educacionais, de ordem da saúde e do emprego. Somos um pais rico em recursos e de dinheiro, mas, somos um país desigual. A desigualdade não pode ser confundida com a pobreza.

Tendo um povo que não tem emprego, não tem uma educação de qualidade e não tem uma infraestrutura – que se não tomarmos cuidado, haverá apagões no ano que vem -. para melhorar como população e como cidadão que tem que cobrar e exigir da classe política. Um povo que acredita em gurus religiosos (como no caso do assediador) ou gurus políticos (que são como pais ou como pastores), não vai cobrar nada e ainda vai morrer sem saber como morreu. Há um conjunto de culpa, dês dos executivos e o presidente da Vale, até mesmo, o ex-governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). E algumas perguntas no ar como: por que deputados aprovaram o alvará para aumentar a capacidade da barragem, se já haviam relatórios falando do perigo? Por que que nada foi feito depois que aconteceu a chacina de Mariana (MG) que além de destruir a cidade, ainda chegou até no mar da Bahia?




domingo, 27 de janeiro de 2019

Jean Wylys não é resistência, a resistência só pode ser anárquica






Amauri Nolasco Sanches Junior


Um anarquista não tem lado, ou seja, não pode ser nem de esquerda e nem de direita. Não pode ser nada do que um sujeito que acredita na autoconsciência e que está autoconsciência (através do estudo que vai clarear as suas ideias), lhe torna seu próprio governante e seu próprio solucionador dos seus problemas. Uma utopia? Talvez. Talvez, vários pensadores, vários avatares (sim, um anarquista pode acreditar em uma espiritualidade sem um domínio), várias pessoas que acreditavam que podemos sentir a essência da liberdade. Ora, o próprio Buda Sakiamuni dizia que tudo era uma questão de pensamento e aquele que domina seu pensamento, domina a sua realidade. A hierarquia é uma forma de delegar sua vida a outra pessoa e mesmo querendo uma humanidade mais justa – que só poderia ser conquistada pelo ethos – se você acredita no socialismo, sempre alguém vai ter que dominar o outro para impor as suas ideias e o que quer que a massa deve fazer. Mas será que isso é justo? Nem sempre tudo se resume dentro da economia.

Se temos a autoconsciência conquistada pelo conhecimento, não vamos temer aquilo que é diferente e aquilo que o outro representa. O preconceito, sempre foi um discurso dominante entre os poderes que se alterna entre direita (girondinos) e a esquerda (jacobinos), desde a Revolução Francesa. Mas, no intuito mais radical possível, essa revolução foi uma revolução de interesses da burguesia que queria o poder para dominar o mercado, afinal, quem dominava o que ou o porquê seria vendido, era o rei. De alguma forma, o Brasil herdou muitas coisas da política e do pensamento francês e conseguimos adaptar as ideologias conforme aquilo que acreditamos. Como uma pessoa conservadora está no terceiro casamento? Como existem mulheres evangélicas sendo miss bumbum ou traficantes serem batizados como evangélicos? Como existem católicos que leem coisas espiritas, acreditam em horoscopo ou vão na igreja de vez em quando? Todos têm o direito à liberdade, mas, podemos dizer que as pessoas nem sabem o que estão seguindo e não sabendo, simplesmente, não seguem como deveriam. No mesmo modo acontece na anarquia, quando as pessoas não sabem o que é a anarquia, seguem apenas uma sombra daquilo que não conhecem. O anarquismo é contra a violência. O anarquismo é contra o ser humano dominar o outro e a anarquia é evolui em liberdade e respeito.

Thoreau na sua Desobediência Civil disse que o melhor governo é aquele que governa menos, ou seja, aquele que não começa a se meter na vida dos seres humanos ou que não imponham leis que só interessam para eles. Ou seja, sempre quando eles se verem em perigo, começam a criar subterfugio para recuperar o seu poder. Foi assim com o império romano que se tornou a igreja romana. Foi assim quando vários países se verem com o perigo dos seus governos serem eliminados. Napoleão subiu ao poder porque a burguesia iria perder o poder na França. O próprio Jesus diz que devemos dar a Cesar o que é de Cesar e de Deus o que é de Deus, ou seja, os bens materiais são mínimos comparados ao poder espiritual e da autoconsciência de si mesmo. A questão é: será que as pessoas querem o bem das outras pessoas ou seguem ideologias e religiões para se autopromoverem?

O ex-participante do programa Big Brother Brasil (2005) e ex-deputado do Partido Socialista e Liberdade, Jean Wylys, não é socialista.  Assim como muitos famosos não são o que dizem que são, apenas querem “surfar” em uma “onda” que está se formando naquele momento. João Gordo não pode ser anarquista tendo um busto do Mussolini na sua mesa (ainda chama o atual presidente de fascista e nazista), uma Baby do Brasil não pode ser evangélica e montar trio elétrico gospel. A espiritualidade não pode ser compreendida somente no cristianismo – mesmo o porquê, não entenderam nada no que Jesus disse em autoconhecimento e a espiritualidade sem nenhum templo – assim como uma ideologia política não pode ser entendida sem conhecer a política. O socialismo não passa de uma ditadura do centro acadêmicos e intelectuais que se moldaram a partir de uma ideia paternalista – onde a massa que não tem o conhecimento deve ser guiada – que não passa, de uma ideia hierárquica. Os maiores ditadores socialistas eram professores (como Lenin e Stalin). Não querem libertar o ser humano das correntes, como está no teorema da caverna de Platão, e sim, botar o ser humano em pé de igualdade econômica. Sendo impossível: o ser humano tem sua individualidade espiritual, de valores, vontades e sentimentos. E como disse, não se pode melhorar a humanidade com apenas o meio econômico.

Penso que o deputado não vai para o estrangeiro por causa de ameaças de morte, porque várias pessoas têm ameaças de morte. Afinal, estamos num país marcado com ignorância que é alimentada pelo medo daquilo que é diferente e pelo medo da mudança. Aqui se tem muito medo de mudar e por causa disso, o povo daqui não consegue desvincular com o passado. Nós evoluímos e conforme evoluímos, a tecnologia e o mundo evolui. O universo é a ressonância da nossa consciência de fazer e construir a nossa realidade.  Mas o que seria a realidade? Será que estamos mesmo vendo o real? Tudo que temos como realidade, temos um termo para chamar. Então, a nossa realidade é feita pela linguagem e conforme a linguagem, podemos construir a realidade a nossa volta. Se eu falo, por exemplo, que quero uma maçã vermelha eu sei o que é uma maçã e sei o que é vermelho. A maçã vermelha faz parte da minha realidade, porque me foi ensinada pela cultura que a fruta é uma maçã e que aquilo estar vermelho. A maçã é um substantivo masculino e que é o sujeito na frase, porque estou vendo aquela maçã e que é o objeto do meu desejo. O vermelho é um adjetivo, porque o adjetivo é dar uma qualidade.

Voltamos a ressonância da realidade. Se colocarmos o filme Matrix vamos chegar a narrativa dominante de uma cultura que são alimentadas pelo ser humano, seja num trabalho físico ou alimentando num modo ideológico. Num modo físico, podemos dizer, que a questão é de produção de massa que as grandes empresas precisam para produzir as coisas que o ocidente pensa precisar. Uma pergunta básica daquilo que você quer e que precisa perguntar antes de comprar: eu sou aquele objeto que estão me oferecendo? Será que estou sendo induzido a querer esse objeto? Não há problema nenhum em ter objetos que usamos, como eu tenho esse computador, como eu tenho a cadeira de rodas que tenho que ter para me locomover. A questão que minha cadeira de rodas de R$ 1 mil reais, mais ou menos, faz isso num mesmo modo de uma de R$ 33 mil reais e que tem tecnologia da NASA (ou diz ter, eu não sei). A questão é que não sou minha cadeira de rodas, eu sou apenas uma pessoa com deficiência física que uso um objeto. Os objetos vão dissolver na terra ou em outro local e suas moléculas vão voltar as suas origens, como nós mesmo (do pó vieste e do pó voltarás). Isso nada tem a ver com a ideologia liberal ou a socialista (que já escrevi sobre).

O sonho que é mostrado no filme, tem uma explicação metafisica e uma explicação não metafisica. A explicação metafisica é a explicação religiosa que o mundo é uma grande ilusão e só vamos nos libertar quando aceitarmos Jesus, buda e etc. Isso já começa com as filosofias orientais – mais precisamente as hindus a cerca de cinco mil anos – que diziam que o mundo é uma ilusão e temos que ver a verdade, ou seja, a verdade é o encontro entre o verdadeiro eu e a realidade que nos cerca. O próprio Buda Sakiamuni disse que nossos pensamentos e nossas atitudes moldam a nossa realidade, ou podemos dizer, que todo efeito sempre haverá uma causa. Assim como Jesus também disse que não era pecado o que entra na boca (alimento), mas, o que sai da sua boca. Ou seja, pecado é uma falta com o Eterno (não gosto de chamar de Deus, porque se vulgarizou o termo), então, o que você fala pode modificar toda a realidade e pode trazer uma falta para o TODO. No mais, todos os filósofos e avatares (também, profetas verdadeiros), disseram ser uma ilusão total essa realidade e se nós nos conhecemos, podemos modificar essa realidade.

A explicação não metafisicas são as ideologias políticas vigentes, porque usam a narrativa da esperança. Se pensarmos no capitalismo liberal, vamos ver que é muito difundido que somos libertos de fazemos e termos o que quiser e temos que dar uma taxa para o governo, para nos garantir o nosso bem-estar. Acontece, que todo o ESTADO é movido a dificultar no máximo isso e que não garante nem segurança, nem aprendizado escolar (educação é e só pode ser familiar) e nem emprego. A burocracia estatal colabora com a corrupção, não garante que trabalhamos com segurança e nem garante que minorias não sejam discriminadas na hora de serem empregadas (como acontece com as pessoas com deficiência). Então, no capitalismo ficamos presos na narrativa da falsa liberdade que tanto nos iludimos. O capitalismo também, colocou a família ideal, colocou o romantismo como um meio de consumo no casamento, consumo até mesmo, no ritual. No modo socialista, se vendeu uma igualdade social que não existe, porque o socialismo já começa desigual. Por que que se tem que ter uma elite que deve ensinar o comunismo ao povo? Será que o ser humano não é adaptável a mudanças de regimes ou mudanças de posturas sociais?

Mas, como no filme ou no teorema da caverna platônico, aquele que descobre como se processa a Matrix deve ser sacrificado (sacro-oficio) para o bem maior. Jesus foi esfolado pela liberdade humana, Sócrates foi envenenado por causa da verdade e todos sempre diziam, sobre a autoconsciência. A revolução tem que ser dentro de nós mesmo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Felipe Moura Brasil está certo sobre histeria e ignorância





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Amauri Nolasco Sanches Junior

O jornalista que trabalha na Jovem Pan (não só), Felipe Moura Brasil, disse em seu Twitter:
“Gente que não lê o que está escrito, mas sim o que imagina o que o autor quis dizer, acaba tendo com frequência uma reação hiperbólica a esse estimulo imaginário, que é definição e sintoma de histeria.  Xingamentos, rótulos e “ain, que decepção” são muitas vezes só ataques histéricos”

Escrevi uma resposta – não sei se ele leu a minha resposta – que o nosso povo é campeão de histeria, quer ler as notícias por osmose (sem ter esforço nenhum de ler [sem gastar energia]). Ou seja, o sujeito nem abre o link, acha que sabe da notícia e ainda fala como se fosse um cientista político. A questão vai muito além. Primeiro, o princípio da osmose – no qual, me referi a resposta ao Felipe Moura – é um tipo de transporte passivo que consiste na difusão de moléculas de água (solvente), predominantemente do meio com mais para o com menos concentração dessas moléculas, por uma membrana semipermeável. No caso que eu quis dizer foi, que alguns pesquisadores a define no cotidiano como uma forma de resolver os problemas ou aprender alguma coisa através do subconsciente sem nenhum contato físico.

 Segundo, não se tem o habito de ler porque sempre se inventa subterfúgios para não se ler nesse país. Lembro que uma amiga – filha de portugueses nascida no Brasil – disse que depois de comer se você ler faz mal. Muitas pessoas dizem que se você ler a bíblia como um livro, você fica louco. Se você querer saber certas duvidas, você fica “xarope” e por aí vai, que, é claro, poderíamos dizer que é só mais uma desculpa para nosso povo que adora uma osmose. Só não faz osmose quando vai para a praia ou vai para a balada. Ou, até mesmo, solta rojão para comemorar algo e encher o saco do seu vizinho.

Terceiro, não temos uma escola exemplar que ensine uma criança ou um jovem, a interpretar texto. Eles não sabem se é ou não, ironia. Não sabem interpretar termos, porque tem preguiça de procurar no Google. Nossas escolas não ensinam as crianças e os jovens a terem uma visão crítica e a nossa cultura, que de alguma maneira são covardes, não tem uma visão crítica. Visões críticas não é falar mal das pessoas ou xingar e colocar rótulos, como disse o Felipe, é apenas ataques histéricos de um povo que não sabe ler nada.

O que o Felipe Moura Brasil disse eu já tinha dito em vários textos meus que as pessoas não querem ou não sabem ler. Pessoas que comentar só pelo título da matéria, sempre são levados ao erro, mesmo o porquê, as pessoas têm que ler para saber o que se trata. Mas, como eu disse, nossa cultura e nossa escola, não ensina o básico. Não acho que há doutrinação nas escolas e se há, quem tem uma educação solida com valores validos de sempre respeitar o outro como a si mesmo, como disse Jesus (para mim amar é respeitar), não há doutrinação nenhuma que possa convencer o seu filho. Vale lembrar também, que o Lula e o petismo subiram ao poder de forma democrática e com a escolha do povo brasileiro, querer terceirizar a culpa a uma suposta doutrinação é terceirizar a culpa de ter quebrado o país. Assumir a culpa é um ato de pura inteligência e de caráter.

Só para lembrar, que as minhas matérias são isentas, de um canal novo e que veio para o Brasil com uma proposta de pessoas que escrevem e não tem oportunidade, trabalharem como freelance e as pessoas nem olham. Ainda, cometam por causa do título e não abrem nem a matéria. Ora, será que é o mesmo povo que reclama da imprensa e no entanto, só compartilha a imprensa que dizem ser podre?
#BrasilYvenezuelaConGuaido #QuintaDetremuraSDV #ForoDeSaoPaulo #BolsonaroEmDavos #FelizDomingo #MorningShowJP #JORNALDAMANHA #MaisVoce


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Focamos no Flávio Bolsonaro e esquecemos do poder de Renan Calheiros






Amauri Nolasco Sanches Junior

Quem me conhece sabe muito bem, que eu não defendo ninguém e não acredito cegamente em ninguém. Mas, será que não estamos focando mais em um caso e não estamos focamos em outros casos muito piores? Flávio Bolsonaro deu uma entrevista e deu uma explicação, bem ou mal, foram mostradas a versões dele e devemos passar pelo crivo da razão e não da emoção. Claro, se houverem provas que ele fez movimentações que não deveriam ser feitas, deverá ser indiciado e deve sim ser condenado. Acho que isso fica claro para todo mundo. Mas, existem duas coisas que problematizam a discussão: primeiro é o fanatismo explicito dentro dos que estão a favor da família Bolsonaro e aqueles que estão contra a família Bolsonaro e o PT que é um caso à parte da discussão.

A discussão tem que partir na ética e no sistema cultural do Brasil. Lembra da serie o Mecanismo que estamos esperando a segunda temporada? Vamos imaginar uma imagem que mostra uma dentro da outra como uma ligação, entre a primeira e as outras que são formadas ao longo do vídeo. Elas têm uma ligação porque se projetam uma dentro da outra como uma ligação existencial. Como essas imagens, temos um sistema cultural e político parecido, porque sempre alguém tem um esquema “por fora’ para burlar o sistema burocrático que povoa nosso país. Por que esse sistema existe? Assim como as leis, a burocracia nasce para barrar (em tese) as muitas fraudes que pode acontecer diante de um requerimento, ou seja, se aparece alguma burocracia é porque houve abuso nos casos de fraudes. Por exemplo, os adesivos para colocar nos carros mostrando que o veículo era dirigido ou contém uma pessoa com deficiência era distribuído sem nada, hoje, por causa do abuso, se burocratizou a distribuição desses adesivos. Por outro lado, pode alimentar a indústria da multa, que é de milhões e a indústria de contrato de pessoas só para cuidar desse tipo de papel e dos adesivos. Há ainda outras questões como: quem faz esses adesivos? Se você pode provar se você tem ou não deficiência, por que toda essa burocracia de pegar um adesivo? A burocracia é bem mais fácil do que prender aqueles que pegaram o adesivo indevidamente.

Como um outro exemplo da Lei de Quotas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Existe vários mecanismos para o dono de empresa dar uma desculpa para não cumprir a lei e tais são absurdos como mandar o laudo médico junto com o currículo, ou colocar o CID (Condigo Internacional de Doenças) no próprio currículo. Nesse caso é uma burocracia para defender quem não quer contratar pessoas com deficiência e se existe quotas, é porque nós não somos avaliados pelos nossos currículos e sim, pelas nossas deficiências. Quem ganha com essas burocracias desnecessárias?

E o sistema se alimenta das fanáticas esperanças de terminar a corrupção, ter um herói, ter uma pessoa que resolva problemas que só nós poderemos resolver. O fanatismo nasce de uma fé cega por uma pessoa, uma religião ou uma ideologia. Só que não sou amigo de determinado político, não convívio com ele e não sei o que ele faz por trás das câmeras, só vejo o que a imprensa ou a internet traz dele. Se ele tirou milhões da miséria, não foi mais do que a obrigação fazer isso e todos os políticos que administram o país, deveriam fazer a mesma coisa e ter ética. Ética de explicar direito. Ética de não fazer burocracias de coisas que as pessoas precisam com urgência. Não criar mecanismos para fomentar o preconceito e a discriminação. O PT (Partido dos Trabalhadores), grita agora por ética e de CPIs, mas, no governo Lula, quantos processos de Lei de Quotas e outros, não foram favorecidos os donos dessas empresas e outras coisas mais? Quantos trabalhadores tiveram que fazer acordos para não perderem o pouco que iriam ganhar por ser mandado embora?

Então, esse esquema existe desde quando os portugueses que viviam no Brasil, escondiam o dinheiro dentro dos santos (por isso apareceu o termo, santo do pau oco), ou como Dom Pedro, que trocou Roraima com cavalos que dizia ser puro sangue. Nossa cultura foi moldada através do cafezinho, através do jeitinho de não contratar cadeirantes, de parar nas vagas de estacionamento ou se você quiser mais rapidez, você pagar por fora. Pneus de cadeira de rodas motorizadas são os mesmos de carrinho industrial, mas, para cadeira de roda é mais caro. De cadeira de rodas manual, são de bicicleta, mas, são mais caros para a cadeira. Mudaram as tomadas de três pinos, quem ganha com isso? Por que o Jose Dirceu ainda está solto? Renan Calheiros ainda está no senado? São perguntas que devem ser perguntadas e são cruciais para os moralistas de plantão.


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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O ceticismo de Hume e o xingamento de Ghiraldelli e Olavo de Carvalho






Amauri Nolasco Sanches Junior

David Hume, em seu livro Investigação Acerca do Entendimento Humano, na Seção V (Solução Crítica Destas Duvidas), diz que tanto as paixões filosóficas como as paixões religiosas parecem ser expostas, mesmo que elas procurem terminar com os vícios e corrigir os hábitos, ao inconveniente, quando são manejadas com imprudência (bem Aristóteles) de só encorajar uma inclinação predominante (da massa?) E levar ao espirito resolutamente na direção do temperamento natural. Mas qual a solução? Hume nos diz, enquanto se espera o grande limite do nosso próprio espirito, e assim, tornar nosso pensamento como a de Epicteto e os estoicos, que ensinavam um sistema mais refinado de egoísmo e nos persuadir racionalmente de nos desligar de toda virtude como todos os prazeres sociais. Mas o que é virtude? A virtude é uma qualidade moral particular, que é uma capacidade humana, não tem em outros animais, na qual é regido apenas pelo instinto. Toda virtude é uma conduta dentro de uma moral social vigente em praticar o bem, segundo a justiça dentro daquela moral. Hume, dúvida dessa justiça e concorda com os estoicos que devemos esquecer esse tipo de moral, porque ela pode ser enganada pelos sentidos e pela memória como é demostrado nessa seção (aliás, esse livro dele é bastante interessante).

Sou um cético quando se é referido dentro da política e dentro de qualquer religião, porque concordo com os estoicos e com Hume, que os sentidos podem nos trair em alguns momentos. Por isso Hume vai dizer que, diante a essas azafamas (grande atividade e confusão; atropelo, atrapalhação) e fadigas nos negócios (trabalho no seu tempo), que é uma racional desculpa para se entregar a preguiça; há uma corrente filosófica que é menos falada a esse inconveniente, porque se alia a qualquer tendência ou propensão natural. Essa corrente filosófica é a acadêmica ou cética. É o filósofo escocês explica, que essa filosofia acadêmica fala sempre na dúvida, sem uma resolução apressada em confinar dentro de uma só resolução a investigação de um entendimento e estreitos limites e em renunciar a todas as especulações que transbordam da vida e da pratica cotidiana. 
                                                  
Por que eu escrevi tudo isso? Porque eu acho que um filósofo não deveria defender nada, e sim, duvidar daquilo que é exposto em qualquer lugar dentro da sociedade. Aí entra o que Hume disse em seu livro, que para filosofar devemos esquecer as virtudes e aos prazeres sociais. Um filósofo que gosta de ficar na boemia não pode duvidar de nada, porque ele se entrega a esse prazer. Se o filósofo usa o argumentum ad homeninem (argumento contra a pessoa), ele passa a acreditar em uma verdade e quando ele acredita numa verdade, as dúvidas começam a perder o sentido. Quando você acusa alguém de não ter diploma de asno, se começa a chamar de Tales de Mileto até Platão – porque Platão só era um seguidor de Sócrates e não era diplomado – de asnos também. Você xingando e usando de escarnio contra a pessoa e não nas ideias, você começa a não ter um argumento para rebater as ideias ou não sabe nada dessas ideias. Quem conhece o Paulo Ghiraldelli Jr e o Olavo de Carvalho, sabe muito bem que a questão dos dois é quem xinga mais quem descordam deles.

Quando um filósofo discorda do outro, em tempos clássicos e em países que formam reais filósofos, um fica debatendo as ideias do outro. Voltaire, ao ler o livro de Rousseau, não xingou ele e sim, disse que sentiu vontade de andar de quatro e comer grama. Quando Proudhon discordou de Marx, ele apenas deixou o grupo dizendo que Marx estava criando uma ditadura do povo (proletariado). Anos depois, a URSS provou que Proudhon estava certo. No vídeo “MAMÃE CHOREI - POR CAUSA DE FLÁVIO BOLSONARO”, Paulo Ghiraldelli Jr fala de um aumento da argumentação dentro do debate seja na área política, seja na filosofia, seja na área de qualquer coisa. Mas como elevar no nível do debate se ele próprio xinga e bloqueia quem discorda seu ponto de vista? Quem conhece o Paulo dos grupos – o Olavo sempre foi mais arrogante – sabe que ele xinga mesmo as pessoas de burras e quando o bicho pega, como no caso da jornalista, ele diz que fake ou que a conta dele foi invadida. A questão é: não há elevação de nada se você não sabe debater nada, se você quer fazer uma seita e não um debate filosófico. Paulo não entendeu Hume e nem os estoicos e, muito menos, Sócrates. Como ele quer falar para o Arthur do Val, que quer elevar o debate? Como ele fala para o Arthur estudar se nem ele entendeu o que é ser filósofo?

Filósofo está acima do bem e do mal. Filósofos não ficam alimentando coisas que não está no controle de algum ser humano. Filósofos não podem ter crenças nenhuma (porque acabam ficando presos em uma só verdade). Filósofos analisam a moral como se não tivessem nenhuma moral, assim como Hume está dizendo. Suspender qualquer noção de crença, de moral ou de prazeres humanos. Um filósofo que se rende ao senso comum – que há até dentro da academia brasileira existe – está propenso a se confundir dentro dos seus sentidos. Paulo Ghiraldelli se engana que ele, vendo novela e vendo BBB ou tudo isso, vai ser um filósofo da massa, porque não vai. O Olavo conseguiu montar um pensamento próprio, que mesmo alguns pontos malucos, é dele. O que o Paulo fez ou defendeu tudo esse tempo dentro da internet? A educação ou a não banalização da filosofia? Ele mesmo banaliza a filosofia. Ele usa Sloterdijk como se entendeu toda a sua filosofia. Luiz Felipe Pondé entendeu Hume e o ceticismo filosófico – muito embora, muitos vão dizer que é uma filosofia de autoajuda – ele não vai junto ao senso comum, muito embora, acho que ele escolheu um lado ideológico.

Ao meu ver, um filósofo deveria estar acima de qualquer mazela ideológica e ter a plena certeza, que tudo isso é uma tremenda bobagem. Ninguém é obrigado a seguir um pensamento ou uma ideologia, temos antes de tudo, ter a consciência em sempre ter a dúvida, porque o importante não é a resposta e sim, a pergunta.





sábado, 19 de janeiro de 2019

Ninguém quer ler Olavo de Carvalho









Amauri Nolasco Sanches Junior

Será mesmo que o público leu o filósofo Olavo de Carvalho? Será mesmo que seus livros foram bem vendido pelas suas ideias ou porque ele falava mal do Lula e do PT? Porque sabemos que o povo mal ler um post de Facebook ou de Twitter, ainda mais, livros de filosofia e de pensamento como do Olavo de Carvalho. Posso ter algumas divergências filosóficas e ideológicas com ele, mas, aprendi muitas coisas com ele ao longo da minha estada na internet. Nem acredito que um filósofo ou um intelectual, se faça só na academia como prega Paulo Ghiraldelli Jr. Claro, que a filosofia tem seus jargões certos, existe uma maneira certa de se fazer, porém, pessoas podem sim aprender fora da academia esses jargões filosóficos que usamos. A questão é muito além do que jargões ou ter diploma, vai ao encontro da educação e da nossa cultura que acha que um filósofo é um ser inútil, porque produzimos intelectuais e não filósofos.

Essa questão vem desde que fomos colonizados pelos jesuítas lá no século dezesseis. A igreja católica sempre pregou que o conhecimento era uma vaidade e sempre incentivou a ignorância, então, o nosso povo pegou ranço desse conhecimento. Por isso mesmo, o brasileiro é um pouco distante da leitura, porque temos uma cultura positivista da pratica e não da teoria, nunca gostamos de pensar e refletir. Por isso mesmo, nossa infraestrutura é uma porcaria, sempre fazemos as coisas nas “coxas”, porque não gostamos de parar e planejar as coisas. Já fui coordenador de um movimento grande em prol das pessoas com deficiência e eles tinham aversão ao planejamento, porque achavam que as coisas tinham que ser na pratica. Sim, Aristóteles disse que é melhor ter a pratica do que a teoria, mas, sabemos que o que ele estava falando, era a pratica de filosofar, de pensar e fazer críticas.

Dentro da filosofia a crítica não é somente falar mal, mas, analisar de fato, um problema que pode ter várias soluções. Uma das minhas críticas ao que o Olavo fala ou escreve, não é ele falar as bobagens que ele diz da Pepsi ou que a teoria da Terra esférica não tem fundamento, porque isso é uma tremenda palhaçada e a gente sabe, que isso é para ficar em evidencia; mas, é ele achar que só os filósofos clássicos fizeram filosofia e não os modernos e os contemporâneos. Não há nenhuma analise seria do Olavo pelos filósofos de agora, que chama todos de imbecis. Tem até um ranço grande com Nietzsche por conta da frase “Deus morreu”. No Jardim das Aflições, livro que deu a ele o nome do seu documentário, ele crítica Epicuro com a moral católica dizendo que o filósofo pregava o prazer desmedido. Isso não é verdade. Quem estuda o filósofo grego sabe, que Epicuro pregava o prazer equilibrado e essa fama de hedonista foi muito espalhada pela própria igreja católica.

 Ora, ele criticou a igreja protestante, mas, se não fosse ela, ele nem poderia ser filósofo (ia ser queimado em praça pública, fora os avanços que se seguiram após a revolução de Lutero). Vários pastores pentecostais, além de lerem (ou dizerem que leram) ainda apoia o pensador sem saberem, ou sabem, que o filósofo chamou eles de “vigaristas”. Olavo faz críticas contundentes contra a ciência, mas, esquece do computador que usa, esquece do hospital que foi cuidado. Claro, que acho que a ciência não está imune de críticas, ou até mesmo, duvidas. Mas devem ser duvidas logicas dentro de um sistema de comprovação, que claro, só é uma mera opinião. Platão, que Olavo de Carvalho gosta tanto de repetir, disse que uma mera opinião (doxa) não leva o ser humano ao conhecimento e sim, o pensamento lógico e filosófico. Aliás, a filosofia não é uma mera opinião ou mera falas ideológicas – se pode fazer ideologias com certas filosofias, como aconteceu com o marxismo ou com o anarquismo, mas, não se pode filosofar ideologicamente – se crítica com argumentos contrapondo-se a aquilo. Posso criticar as ideias de Karl Marx, por exemplo, mas se eu chamar ele de vagabundo e achar que ele não é filósofo por causa disso, é uma mera opinião. Um homem que escreveu um livro e trabalhou dentro da sua ideia, pode ser chamado de vagabundo? Ora, ser contra a teoria socialista até eu sou contra, mas, temos que criticar as ideias e não a pessoa para ser filosofia.

As pessoas não entenderam, junto com Olavo de Carvalho, que as coisas não são quadradas ou redondas como pensam. Existem coisas além do que ideologias por trás de uma transação comercial, que mexem com a economia de um país inteiro (consequentemente, o PIB). Quando imaginamos uma esfera, imaginamos que essa esfera seja perfeitamente, redonda sem nenhum defeito. Mas, quando moldamos a esfera que imaginamos, essa esfera não sai, totalmente, perfeita. A questão é muito clara, a política não há uma ideologia perfeita, atitude perfeitas e sim, atitudes comerciais ao país. O próprio Estados Unidos tem acordos comerciais com a China, o próprio presidente, Donald Trump, viajou até lá para fazer mais um acordo. Acho valido a crítica do Olavo por causa do vício do brasileiro de sempre dizer amem para tudo e não ter opinião contraria de nada que ele concorda, ninguém que ele ama ou tem amizade, ou ninguém que interessa para ele. O papel do filósofo é esse. Tirar o povo da caixinha daquilo que sempre estão acostumados a concordarem sempre. Porém, manipular informações para levar o país ao caos, já é uma inconsequência irresponsável e que poderia, por ventura, levar a prisão por lesa pátria.

Mas, o leitor deve estar perguntando: o porque eu acho que ninguém quer ler o Olavo de Carvalho? Pelo artigo que eu escrevi no Blasting News que ninguém quis ler, ninguém abriu e ninguém quis olhar a defesa até, que eu coloquei no artigo, da deputada do PSL – partido de Bolsonaro – Carla Zambelli dizendo coisas esclarecedoras. As pessoas só querem xingar e criticar e não estudam. Será que a maioria sabe o que é comunismo? Será que as pessoas sabem o que o Olavo de Carvalho escreve é filosofia? Ou as pessoas só entendem o que lhe interessam? Vale a reflexão.

PODEM CLICAR QUEM QUISER LER:





sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Eu não escrevo para os Lacradores da Superação

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Esse é o maior exemplo de Lacrador da Superação 





Amauri Nolasco Sanches Junior

Outro dia, eu vi uma pergunta interessante de um grupo de cadeirante, chamado, Cadeirantes do Brasil, que dizia se o cadeirante se incomoda em viagens ou casa de parentes. Eu fiz uma reflexão no meu Facebook, dizendo que eu não aguento viajar e ficar horas dentro de um ônibus ou num carro – que para um cadeirante, é uma tortura. Ainda, eu disse que num avião é muito pior, porque eu fico muito chato quando eu quero mijar, cagar e comer, e dependo das outras pessoas para isso. Por outro lado, a polêmica foi que eu disse que não vou na casa de parentes, porque tem muito degrau, eu tenho que levar meu “mijador” e não tem barras no banheiro e eu não durmo além da minha cama. Se eles sabem que tem parente com deficiência, sabe que não pode ter degrau. Me chamaram de chato, porém, eu só expus uma reflexão.

Acontece, que eu tenho uma ética e não duas. Uma das características do meu ceticismo é ter a plena certeza que não ponho ninguém mais especial do que as outras pessoas, então, não protejo nem parente e muito menos, amigos. Nós estamos vendo esse tipo de coisa dentro do governo que protegem seus parentes. Ora, se queremos uma inclusão mais eficiente, por que eu não deveria cobrar dos meus parentes? Muito pior, que eles me conhecem desde quando nasci (eu tenho minha deficiência dês do meu parto). A questão é que as pessoas com deficiência, não fazem isso porque querem bem os familiares, muito delas querem que a família que se foda, a questão é que elas têm medo de perder as “vantagens” de ser o “exemplo de superação”. Como é da nossa cultura, sempre alguma coisa vira uma desculpa para não confrontar e não ser o chato da história. A ética fica de lado quando o caso é comigo ou com alguém que eu goste, alguém que eu conheço e por aí vai.

Por que coloquei esse nome e escrevi tudo isso? Para mostrar que não faço o que ninguém quer e não escrevo textos fáceis. Não faço do meu blog um apanhado de tuites e morro de raiva de ver textos com parágrafos pequenos, porque o povo e a geração milênio, ficou vagabunda. Vagabunda de abrir um link. Vagabunda para ter um senso crítico. Vagabunda de conhecer outras coisas. Vagabunda para pensar além da caixinha. Descordo do Umberto Eco, o filósofo italiano que morreu recentemente, ter dito que a internet deu voz aos idiotas. Os idiotas sempre tiveram nas ruas das periferias e dirigindo grandes empresas, achando que o mundo é um grande parque temático tipo Disneylândia. Não deveríamos ver as ferramentas ao invés de ver quem usa. Acho mesmo, que a internet deixou uma boa parte da humanidade vagabunda. Criamos uma geração covarde, que não quer saber de estudar nada, ler nada e se sentem do direito de opinar naquilo que nem sequer, sabe o que estão dizendo. Falta brio, como disse o professor Clovis de Barros Filho, para criar a capacidade crítica de ler pelo menos uma linha difícil. Discutir aquilo com propriedade e não como pessoas perdidas no meio de um tiroteio.

Vejo meus amigos engajados que escrevem suas ideias e vejo a grande maioria, concordaram apenas. Sem uma ideia. Sem discuti o assunto. Aliás, muitas pessoas com deficiência acham que uma discussão de ideias é uma briga. Então, aquelas que gostam de escutar “exemplo de superação” ou aquelas que gostam de tirar uma graninha lacrando. Eu chamo de Lacradores da Superação. Estão nos esportes. Estão na mídia e não percebem que colaboram com o capacitismo. O capacitismo pode ser sim, lacrador. O capacitismo está em não falar o que pensa. Aceitar uma piada que não gostou. Capacitismo é desistir de um texto antes de entender, capacitismo é tudo que tem de inútil na humanidade. E ainda, aceitar que agencias de emprego, peçam laudo médico.

Eu vou continuar a colocar os filósofos nos meus textos. Vou continuar colocando ideias e coisas difíceis. Porque tem o Google para isso e sinto muito, eu não escrevo para você, Lacrador da Superação.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

As pessoas com deficiência e o romantismo hollywoodiano platônico




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Outro dia em um grupo do Facebook, Mistura Inclusiva, um colega escreveu que havia alguns posts de pessoas com deficiência (na maioria, cadeirante), procurando um companheiro que ficasse ao seu lado. O que achei interessante foram as perguntas que ele escreveu – que logicamente, as pessoas não leram – que fazem a gente ter uma certa reflexão não só na parte das pessoas com deficiência, mas, num conjunto geral da cultura humana nessa área. Também é lógico, que o meu colega, não está condenando que faz isso, até acha bom, mas, ele lança uma reflexão dentro do que chamamos de romantismo hollywoodiano. Será, com tantos assassinatos, o ser humano é educado em ouvir outro? Será que não idealizamos demais as coisas e achamos que o outro deve ser o que nós queremos que ele seja? A questão deve, sem dúvida nenhuma, ser refletida dentro de uma ótica além do que estamos acostumados.

Primeiro, há uma certa confusão no senso comum em relação ao amor platônico. O amor imaginativo (aquele que está no mundo das ideias) seria um amor figurativo, idealizado dentro de uma visão da normalidade interativa social. Platão achava que só poderíamos nos relacionar com pessoas que completassem aquilo que falta em nós mesmo, que eu acho, uma tremenda bobagem. Só que com a igreja católica romana adotar a filosofia platônica, adotou essa parte ensinando que casamos para nos completar em um só. O ser humano é completo (tanto, que usamos “ser” na nomenclatura, que quer dizer completo), é filho do Criador e casamos ou temos algum relacionamento, exatamente, para somar alguma coisa. O cético Hume, tinha uma ideia bastante interessante, dizendo que as ideias são associativas. Segundo o filósofo, temos as ideias “semelhantes”, as ideias “contiguidade” (no tempo e no espaço) e as ideias de causa e efeito. As ideias semelhantes seriam as ideias originais, como se você está escrevendo, você tem que ver uma semelhança lógica entre as ideias do filósofo e as suas. Ainda, quando eu falo das ideias do filósofo, eu estou conversando com acerca do outro, que seria a contiguidade. E quando eu estou escrevendo esse texto, estou com uma ideia (causa) que quero me expressar (efeito).

Sempre idealizamos as pessoas perfeitas. Sempre achamos que deve ter uma vida perfeita para ser feliz. Que temos que ter um corpo perfeito para ser um homem ou uma mulher, apaixonante e interessante para ter um relacionamento. Mas, minha dúvida seria: será que as pessoas não são felizes sendo sozinhas? Será que temos que achar o par perfeito para ser felizes com a pessoa? Muitas pessoas me acham chato por questionar certas situações do cotidiano, mas, sempre acho que esses questionamentos se fazem pertinentes. Talvez, essa busca do outro é sempre associada aos filmes de Hollywood que sempre mostra que o herói vence, que o herói fica com a mocinha no final, se não fica, jura amor eterno. Há em mim uma certa dúvida associada dentro desse tema, porque tem a ver com as perguntas do meu colega.

A primeira pergunta é: será que estamos preparados para isso? Porque as pessoas com deficiência no geral, acham que são adolescentes pelo resto da vida. Acham que o mundo é cor-de-rosa e acham que as pessoas têm que pensar como essa maioria. Sou cético na capacidade humana de ter consciência de si mesmo – como acontece no filme Bird Box que estou devendo um texto – porque ele sempre foge de si indo em balada, indo com amigos em qualquer lugar e nunca, nunca mesmo, fica sozinho em silêncio ou lendo livros ou que queira. Pior é a maioria das pessoas com deficiência que são levadas a pensarem assim, a estarem assim por causa que a única coisa a serem ensinadas, são a assistir à televisão. Daí entra a ideia de Hume de associação.

Todos os posts são de pessoas que “querem” um relacionamento com alguém. Querem ou desejam? A ideia associativa entre o querer, o desejo e o relacionamento por um momento de felicidade, tem a ver com o prazer. Ora, isso não está associado entre filmes e novelas? Temos a ideia semelhante do mocinho (o ser humano ideal), que tem que provar seu heroísmo para conquistar a mocinha (o outro) para ser feliz para sempre com ela (o prazer). Aqui temos a semelhança, temos a contiguidade e temos a causa e efeito. Mas a questão é: o mocinho estava preparado para deixar seu heroísmo pela felicidade eterna com a mocinha? Será que o desejo do mocinho é um desejo momentâneo?

A segunda pergunta é: será que é o que quer um relacionamento ou a pessoa quer preencher alguma coisa dentro dela? O amor platônico, além de ser um amor ideal, ainda é a busca daquilo que não existe dentro de você. Se há um preenchimento a ser feito, então, não quer um amor e sim, uma idealização daquilo que seria felicidade. Daí entramos na outra pergunta: será que isso não passa de uma carência? Será que dependemos do outro para dar a felicidade e o prazer de sermos completos? Ora, se há uma dependência, estamos colocando no outro a felicidade que só vai ser conquistada com a nossa percepção. Da nossa noção de realidade e fantasia. Não existe, pelo menos na atual humanidade, uma felicidade eterna. Não existe duas pessoas que se amam que não briguem, que não se sujem na hora da transa (sim, pessoas com deficiência transam), não existem casais sempre compactuando com as mesmas ideias

Por outro lado, não adianta ter um relacionamento quando não estamos bem conosco, vai fazer você e a outra pessoa sofrer por causa da sua carência. Porque, pelo menos dentro das minhas ideias, a felicidade deve ser compartilhada e não procurada no outro.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Do ovo a Jennifer – a imbecilidade da nossa cultura






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Link importante: AQUI 

Amauri Nolasco Sanches Junior

Quando eu tinha uns 12 anos de idade, mais ou menos no ano de 1989, estourou a moda da lambada. Meninas com saias curtas e que dançavam “coladinhos”, e que, tinha letras repetitivas que eram apenas uma música “cornífera” mais agitada. Depois disso as coisas começaram a descer e a nossa cultura começou a se imbecilizar, porque as músicas eram uma repetição para, exatamente, ficar gravada no nosso consciente. Até antes da lambada, tinha músicas que poderíamos dizer, não trazia nada de bom para as pessoas. Mas, o que seria essa “coisa boa”? Ampliar os horizontes de um conhecimento.

Há vários pontos da nossa cultura que podemos fazer uma análise bastante interessante. Por que as pessoas sempre gostam do que está na modinha? Primeiro, porque as pessoas querem seguir a manada, para não perder o rumo onde ela quer ir. Eu, particularmente, não gosto de músicas e filmes que estão na moda e assisto sempre, o que está no “fundão” do Netflix sem constrangimento nenhum. Enquanto a lambada corria solta e a Daniela Mercury despontava como uma promessa nacional – que só era mais uma que beijou a mão da máfia do dendê – eu começava a gostar de Beatles, de Led Zeppelin e na época, comecei a ser fã da banda Guns N` Roses. Você pode dizer que tenho o “espirito de vira-lata”, mas eu vou responder que eu gostava bastante de bandas e cantores nacionais, como Cazuza, como o próprio Barão Vermelho, o RPM (que os roqueiros detestavam), Titãs, Nenhum de Nós (gostava de uma só música que nem virou hits), gostava do Uns e Outros e outras bandas (eu também gostava e gosto do Lobão e do Ultraje Rigor, mesmo não concordando de algumas falas do Roger).

Existem dois problemas dentro da nossa cultura: primeiro, nós somos herdeiros de uma fé católica que condenava o conhecimento e segundo, sempre tivermos governantes que queriam a ignorância do nosso povo. Para a igreja católica romana, o conhecimento não era um sinal de humildade e só o clero poderia ter. tudo era do diabo (inclusive, isso ficou muito pior com a fé protestante que condenou o rock como filho do demônio e agora com o Olavo de Carvalho, como uma música comunista) e ressonou, com a libertação dos escravos e uma “reserva” de empregados nas comunidades das periferias das cidades. Ainda, existem as músicas que dizem que você é um “bosta” e que nem quem você ama, pode ficar com você com o estouro do sertanejo (ou melhor, o sertanojo). Ora, como seria uma sociedade que tivesse uma cultura que fizesse pensar e não fazer repetições e uma sociedade com um alto grau de autoestima elevada? Como que seria se as universidades ao invés de seguir interesse ideológicos ou mercadológicos, ensinassem verdadeiramente o ser humano a ser um cidadão com uma profissão? Que até dentro dessas universidades e faculdades, vai ter idiotas ouvindo funk (leia-se, pornografia sonora), vai ter pessoas gostando de programas imbecis e vai ter aqueles que o pai tinha um sonho de ser médico e obriga o filho a ser um médico. Vai ser um ótimo profissional (ironia).

Claro, que existe lugares para curtir tais músicas, e tem lugares para curtir outras coisas. O problema do nosso povo é as bolhas culturais que se cria dentro de um certo estilo. A questão é: por que descemos tão baixo se até mesmo, dentro das universidades que deveriam ser centros do conhecimento, as pessoas também gostam dessas coisas? Uma foto de um ovo ser a mais curtida do Instagram ou a música da Jennifer fazer sucesso não é o problema, o problema é isso virar a única coisa a ser comentada em toda internet e mostrar como nossa cultura foi imbecilizada. Por isso mesmo programas como Big Brother, Masterchef e outros do gênero, serem os mais vistos aqui. Porque as pessoas não conhecem outras coisas além daquilo que é mostrado nas mídias e que você ouviu falar. A titilo de exemplo, uma vez eu perguntei se a pessoa gostava de rock e a pessoa me respondeu que sim, e quando perguntei qual banda, ela me respondeu Madonna. Ela desconhecia o rock e colocava a Madonna como rock, sendo que a cantora é pop. O problema não foi o desconhecimento?

Muitas vezes, as pessoas desconhecem as coisas e tem uma visão preconceituosa daquilo. Eu estava no CRAS para a renovação do cadastro do benefício esperando, uma atendente mostrou para a colega uma música e o outro colega disse que ela gostava de rock, a que mostrou a música disse “credo” como se a outra devesse gostar dessas músicas. Expressões como “Deus me livre” ou “credo” denominam como se devesse se livrar de algum mal (se esse mal existisse), que no caso do rock, se criou um estereotipo de demoníaco. Porque questiona. Porque mostra fatos históricos e a realidade da vida sem expressões “bonitinhas” e “fofinhas”. Que entra na liberdade sexual sem ser chulo, sem achar que devemos cometer violência contra a mulher ou com qualquer pessoa (tem os babacas como quaisquer estilos).

Eu sou um cético e como um cético eu duvido do mercado cultural, seja na música, seja na literatura ou seja nas artes. Sempre a nossa cultura foi levada a uma cultura de massa porque alguém vai ganhar com isso e isso deixa claro, quando essa “merda” cantada da Jennifer, precisou de oito compositores. Conjuntos como Menudo, Dominó, o Bonde do Tigrão, e entre outros, tem vários empresários por trás. Várias indagações poderiam ser feitas: por que as pessoas TODA sexta-feira tem que ir numa balada? Por que todo brasileiro gosta de cerveja? Será que a indústria junto com a mídia, ajudaram a ser uma cultura solidificada como uma cultura moderna? Será que as rádios colaboram para as modinhas por causa das gravadoras? Fora que criamos o habito de ler coisas pequenas e fáceis e não se abre as notícias. O brasileiro é o único povo que lê as notícias só pelo título dela, sabe do ocorrido, ainda comenta como se fosse um cientista político. Não tem dinheiro para comprar um livro descente para o filho, mas, tem dinheiro para ir em uma partida de futebol ou encher o saco dos vizinhos com rojões.

Quer coisa mais idiota como um rojão? Quer coisa mais idiotizada do que comemorar datas mundialmente, conhecidas e não saber nem o que está fazendo? Nietzsche diria que a massa é massa por causa do seu instinto de seguir o outro para ser aceito (mais ou menos, isso), porque não sabe ver a realidade e fica inventando realidades que não existem. A muito tempo que não vejo televisão. Não gosto de nenhum canal. Não gosto de nenhuma música que toca em rádios populares (não estou ouvindo nem radio de rock). Não gosto de nenhum filme que está na modinha. Não gosto de nenhum filme nacional, porque tem a mania de querer retratar realidades que só existem na visão ideológica de alguns. Não gosto do novo metal (raras bandas do New Metal eu ouço). Leio livros. Não leio o que todo mundo fica lendo. Não vejo BBB ou programa do gênero. Não gosto de nada que as massas me impõem. Não leio Olavo de Carvalho (leio seus artigos desde 1999, portanto, sei muito bem do seu pensamento). Não vejo nem vídeo NEOCON e nem vídeos de esquerdismo. Não acho graça dos shows de stand-up que dizem muito palavrão. Não gosto de programas muito certinhos. Não sigo religiões populares, porque a minha visão espiritual é muito mais ampla.

Mas vocês devem estar se perguntando: você não é um anarquista e acredita na liberdade de cada ser humano? Sim. Mas se eles têm o direito de estuprar meus ouvidos com esse “lixo sonoro” (o rojão está incluído), se eles têm o direito de lerem só o nome da notícia e comentar, se eles enchem a minha visão de bobagens que estupram o meu intelecto; por que não tenho o direto de dar a minha opinião a esse lixo de cultura? Por que acham que para eu respeitar as diferenças – eu sou um diferente – tenho que aceitar músicas incentivadas por uma esquerda velha, que quer o caos mesmo, e ensinam o que é errado? Temos que ter princípios e esses princípio não é a liberdade desmedida sem nenhum controle, é a liberdade consciente da respeitabilidade do outro humanamente.