segunda-feira, 30 de julho de 2018

De Bolsonaro a Lula – e os zumbis acéfalos engolidores de cérebro








Amauri Nolasco Sanches Junior

Uma das coisas que sempre me irritaram é essa mania de fazer o que todo mundo faz. Nessa mania, que a nossa cultura está impregnada, saem coisas bizarras que não entendo como aparecem. Uma dessas coisas é acharem que um texto de noticia é um Twitter, porque detesto ficar lendo linhas soltas. Num livro, pode ser aceitável, mas, num texto de notícia, parece algo realmente, jogado no site de notícia. Não aceito esse papo que se não fizer assim ninguém lê, porque, de qualquer forma, ninguém vai ler nada além daquilo que está na modinha. O povo do Brasil é o único povo que sabe da notícia pelo nome (deve ter superpoderes de ler telepaticamente), o único povo que sabe que o escritor não sabe escrever sem sequer, abrir um livro do próprio escritor (duvido que algum crítico do Paulo Coelho leu um livro dele). Enfim, um povo que tem sempre a formula mágica para todo mundo, mas, não sabem aplicar nem em si mesmo.

Mais uma vez, o povo bolsonaram o meu Twitter com notícias, realmente, idiotas e sem sentido nenhum. Um tempo atrás foi o Doutor Bumbum (vulgo fazedor de bunda), que matou uma mulher que queria levantar a bunda e parecer artista de televisão (como se mulher artificial fosse mulher), agora, temos em alguns noticiários, um youtuber estuprador que nunca estuprou. Futilidades da mídia. Mas, o porquê dessa futilidade dentro da mídia? A lei da demanda e da procura. Se tem procura de tal produto, terá sim, maior demanda desse produto e eu sei disso por ser publicitário (sim, um publicitário). Além, de saber disso, também sei, que as pessoas têm a mania de lerem o que está na modinha, comprarem o que está na modinha e acharem que sabe só porque está na modinha. Minha noiva é evangélica (que deixou de ir por causa da modinha), que me faz viver no meio e afirmo, o número de evangélicos anda crescendo por causa da modinha. Tenho romance escrito (aqui), tenho livro escrito sobre deficiência (aqui), tenho um livro com a minha noiva (aqui) e só porque não sou conhecido – tem um monte de obra de conhecido que é uma bosta – ninguém nem mesmo, olhou os meus livros. Porque, as pessoas querem ler só porque os outros estão lendo, para ficarem por dentro e não serem rejeitados. Nosso povo odeia serem rejeitados.

Isso é ruim? Num dado momento, sim. Porque você acaba não descobrindo coisas novas, outras coisas que podem ser boas. Eu sempre ouço bandas além das conhecidas, para conhecer aquelas bandas. Sempre leio livros de autores desconhecidos, para conhecer aquele autor e se ele é bom. Se a banda ou o autor é bom, eu indico sim. Acontece que as pessoas querem ficar na sua zona de conforto, sempre gostando daquilo, sempre lendo porcaria, sempre fazendo a mesma coisa. Porque é seguro, porque se o outro faz, eu também, vou fazer. Será mesmo que aquela noticia é importante mesmo? Será que realmente interessa ou leram só porque o outro leu? Eu escrevi uma notícia do discurso memorável da professora Janaína Paschoal (aqui) e ninguém leu, escrevi sobre a censura do Facebook cometeu com o MBL (aqui) e ninguém leu; escrevi sobre a menina com Síndrome de Down que foi discriminada numa escola (aqui) e ninguém leu. As pessoas gostam de ler polêmicas para ficarem por dentro de baixarias, como a pensão só Wesley Safadão, como um gay chamar Jesus de travesti (se Jesus fosse Deus e Deus ama a humanidade, acham mesmo que ele iria ficar bravo com isso?), como coisas, realmente, irrelevantes. Tinham que analisar o que é relevante e o que não é relevante.

Na verdade, ninguém se interessa muito em ler sobre deficiência. No subconsciente, moldado por uma cultura de milhares de anos, é uma coisa horrível que pode acontecer com qualquer um. Preferem ler sobre as merdas que o Safadão faz, ou o estupro do youtuber Zóio, ou uma Copa que já era de esperar, que o Brasil iria perder.  Teve até nudes do Felipe Neto, como se eu quisesse ver o youtuber no ato solitário da sua intimidade. Mas, as pessoas querem ler sobre quem falou mal do seu político de estimação. Ou as pessoas ditas de direta (são apenas eleitores frustrados da esquerda de outra hora), defendem o Bolsonaro, ou as pessoas ditas da esquerda (nem sabem um por cento da teoria que se molda a esquerda), defendem o Lula. Começam a ler, títulos que mostram críticas ao seu político favorito, mas, não é qualquer texto. Escrevi sobre o Bolsonaro (aqui) fugindo da bêbada, porém, ninguém leu. Também, escrevi sobre a tentativa ridícula do PT para livrar o Lula da cadeia (aqui), mas, ninguém leu e nem deram a mínima. Por trás disso, existe uma coisa bastante estranha, todo mundo reclama das grandes mídias e jornais, mas, quando aparecem mídias diferentes, ou chamam de “Fakes News” (noticia falsa), ou não repassam, dando mais visualizações ao que há de mais podre na mídia tradicional.

Podem dizer que se trata de ignorância, mas, não é não, porque sabem muito bem o que repassam. São apenas escravos de um Estadão ou uma Folha (que tem o mesmo dono), mesmo sendo contra, são escravos da Globo, mesmo sendo contra, são escravos de toda a mídia. E no mais, a questão de esquerda e direita, dentro da própria mídia, é bastante clara e objetiva. Ou seja, bem e o mal na pauta eterna da humanidade. A questão é: que não existe bem e não existe o mal, existem opiniões antagônicas que fazem parte da política. A energia para se criar pautas desse porte são as mesmas. Quem conhece a franquia Guerra nas Estrelas (Stars Wars), sabem das falas dos jedis, não existe uma força negra e não existe uma força branca, existe a sua escolha. Eu posso descordar de muitas opiniões de diversos youtubers, mas, posso concordar em outras opiniões. Porque não se trata de uma opinião fechada, conceitos você muda e evolui. Porém, esse é o real problema, as pessoas não querem evoluir. A questão dos jedis veio do budismo zen – isso fica bem evidente, quando o mestre Yoda muda a energia de um raio atirado do lorde sith – onde não existe dois lados e sim, o lado que você escolher trilhar durante a vida. Estamos numa sociedade, na verdade, mimada que não pode ser frustrada. Você tem que votar no Bolsonaro, porque o povo tem certeza que vai mudar o Brasil. Temos que votar no PT (porque o Lula não vai ser candidato, aceita que dói menos), porque deram cem reais por mês, para um povo que falta até dignidade de morar em um lugar melhor.

Eu não vou escutar uma música, porque a maioria ouve; eu não vou votar numa pessoa, porque a maioria vai votar; eu não vou ler uma mídia, porque a maioria vai ler. Eu nem gosto de ver seriado que todo mundo está assistindo, não gosto do mesmo ritmo musical da maioria, não gosto nem, do ídolo que todo mundo gosta. Porque, ates de tudo, eu tenho que me respeitar e respeitar quem eu sou de verdade.

domingo, 29 de julho de 2018

A Toca do coelho chamada Facebook







Imagine você deitado de baixo de uma árvore e de repente, passa um coelho dizendo “estou atrasado”. Você se pergunta: atrasado por que? Você já vai estranhar um coelho dizer isso, e mais, dizer que está atrasado e corre atrás do coelho. Você vê que mundo doido, você se prende em salas, crescendo e diminuindo, conhece criaturas estranhas que não fazem o menor sentido lógico. Você pergunta para uma figura numa árvore (um gato sorridente) se ele poderia dizer qual caminho que você deveria tomar para sair daquele mundo. Ele responde, que dependera de onde você quer ir. Então, você responde que não importa onde você vai. A figura responde, que não importa o caminho que você escolha, porém, muito intrigado com a resposta você diz, contudo, que o caminho dê em algum lugar. E a figura diz, que se você andar o bastante, vai chegar em algum lugar. Mas. Você anda, você quer sair, mas, a rainha te prende e ainda quer sua cabeça.


Carrol, quando escreveu seu maior livro, Alice no país das Maravilhas – pelo que me lembro, ele escreveu como uma história para ensinar matemática – nunca imaginaria, que o mundo virtual pudesse ser possível. Afinal, esse mundo do livro poderia ser confundido, muito bem, com o mundo virtual. Figuras estranhas. Pessoas que não sabem aonde irem e nem o caminho tomar. Fotos que não existem e felicidades que só estão na cabeça de quem tirou a foto. Esse mundo foi, muito bem retratado, no filme Matrix, onde os seres humanos viviam num mundo virtual. Onde estaria a realidade? Onde está o mundo verdadeiro? Será que uma foto em uma piscina com champanhe é a verdadeira felicidade? Será que tudo que lemos nas redes sociais é verdade? Acho que não. Porém, quem pode dizer se há um critério para saber? Como a Alice do livro do Carroll, não temos a menor ideia qual caminho poderemos chegar a uma saída, mas, o gato diz se nós andarmos o bastante, poderemos chegar. Será que é o conhecimento? Será que pesquisando?

Leiam também: O Spam chamado Facebook

As guerras ideológicas começam com o caminho que não se sabe ir. Assim como, confiar cegamente numa rede social como o Facebook, que, claramente, estará cagando para você e seu direito de falar o que você quiser. Eles são financiados pelo governo e fui milhares de vezes, censurado por eles. Tem um texto meu que escrevi tempos atrás (aqui), que mostram o quanto que não devemos confiar numa rede social, que o seu começo, começou com a raiva de Mark de não conquistar as mulheres. Foi um bulling. Ele esqueceu muito rápido que sua rede social (nem teve a capacidade de fazer o algoritmo primal do Facebook, idealizado e feito, pelo seu amigo), é uma puta fake News de Harvard. Isso mesmo. Era para zoar os alunos e quase zoou o tráfico da universidade, até onde contaram a verdade, não sei, mas, fato que ele tem um monte de dinheiro à custa de trabalho alheiro. Então, uma rede social que começou assim, tem chance de ser confiável?

Para entender o que acontece, temos que entender como funciona. Existe o Bit, que é uma simplificação para o digito binário, “Binary digit” em inglês. É a unidade de informação que pode armazenada ou transmitida, usada, principalmente, na computação e na teoria da informação. Um bit pode assumir somente dois valores: 0 ou 1, corte ou passagem de energia respectivamente. Se falarmos de modo, fisicamente, o valor de um bit, de uma maneira geral, armazenado como uma carga elétrica acima ou abaixo de um nível padrão em um único capacitor dentro de um dispositivo de memória. Porém, bits podem ser representados fisicamente por muitos valores. Mas, por que estou dizendo isso? O conceito do bit é também, importante entender como uma parte da Teoria da Comunicação que entra dentro do mundo virtual. Sem nenhum bit não pode existir comunicação dentro de qualquer computador e, por ventura, existe a programação. O fato que quando há um algoritmo – tudo na nossa vida tem um algoritmo – há uma informação sendo transmitida, e isso, sempre vai gerar um fator entrópico.

Primeiro, temos que entender, que tudo na sua vida contem seguimentos algorítmicos. Eu estou com meu computados ligado, ouvindo música, usando o teclado para escrever esse texto. Liguei o computador, estou usando o computador, coloquei uma música e estou escrevendo um texto para expressar uma opinião. Há uma linha lógica de acontecimentos que se liga, portanto, um algoritmo. Na programação, há uma sequência lógica para instruir o software a fazer o que o usuário deseja, ou seja, se eu estou escrevendo esse texto no MS-Word, alguém programou o software para obedecer ao comando do teclado (hardware). Portanto, no mundo e no universo, as informações podem criar e também, destruir um sistema e isso tem a ver com a entropia. Basicamente, a entropia, é usada muito na física e é a perda de energia. Em qualquer processo de uma transformação de energia em calor, uma certa quantidade dessa energia será, com certeza, desperdiçada e não será utilizada para esse objeto em questão (há teorias dizendo que essas energias não são desperdiçadas e voltam em outras formas).  Um exemplo, é quando esquentamos a água do café ou do chazinho (quem teve vovó sabe), nem todo aquele calor gerado será utilizado para aquecer aquela água, assim, é a entropia do calor.

Quando trazemos isso para a área da comunicação e na linguagem (afinal, não há comunicação sem linguagem), a Teoria da Comunicação pode utilizar a entropia para analisar os ruídos ou até mesmo, as incertezas da informação. Se tivemos a consideração que todas as mensagens seguem a roda emissor> canal de transmissão > receptor, que o emissor, pode por ventura, ser qualquer pessoa que passa essa mensagem, seja falada, escrita, por linguagem corporal ou por qualquer canal de transmissão (as redes sociais podem ser um exemplo), é o meio, como a fala, como uma matéria de jornal, um telefonema; é o receptor que receptor que recebe essa mensagem e a descodifica (com sua percepção), que poderemos, entender de forma da comunicação técnica.

E nesse processo sempre vai acontecer, passivamente, a entropia, de uma perda de energia na comunicação, com algum ruído, seja técnico ou linguístico (não escrever direito, por exemplo, ou um nome que não desperta interesse). Ou seja, o ruído é a interpretação do receptor faz da mensagem recebida, ou até mesmo, quando essa mensagem é enviada. Como disse, um único termo pode estragar toda a comunicação e põe ela a perder. Podemos, também, entender esse ruído e podemos consertar a comunicação perdida. Podemos entender os vários processos da mensagem e prestando bastante atenção em cada uma das etapas, poderemos até nos adaptar a nossa própria linguagem com quem recebeu. Por exemplo, mandamos um SMS para alguém, tendemos a usar textos curtos. A tecnologia do SMS não tem a pretensão de trabalhar com grandes textos, porque enviar uma mensagem longa, iria atrapalhar o meio e iria atrapalhar a compreensão da mensagem que, o receptor, iria não assimilar a informação. Muito embora, eu ache que esse exemplo do SMS – que peguei de um site que pesquisei – não seja muito adequado nos dias de hoje, mesmo o porquê, o princípio do SMS nos deu o WhattSApp. Nesse caso o ruído seria a maneira de escrever (num modo linguística) e não, o meio de onde você envia.

Mas acontece é que temos além de levar em conta a tecnologia usada para as mensagens enviadas e suas possibilidades, e compreender o objetivo da mensagem é fundamental. Podemos usar um exemplo, um e-mail de cunho profissional, que deve ser adequada a linguagem exigida pelas ocasiões. Você pode mandar um e-mail onde você manda um currículo, mas, você não pode mandar com uma linguagem coloquial ou alguma gíria. Dificilmente, um e-mail desse poderia começar dizendo: “E aí, beleza? ”. Esse exemplo é muito obvio, porque mostra que dificilmente dará o resultado esperado. E dessa forma, podemos dizer que há entropia da informação, tenta definir o grau que uma mensagem pode alcançar uma incerteza, assim, criando um ruído, uma redundância e uma imprevisibilidade. A comunicação assertiva está diretamente relacionada a essa teoria. O objetivo das duas é, justamente, identificar e corrigir os ruídos da comunicação interpessoal seja de linguagem, no meio utilizado ou a junção desses aspectos.

Com tudo isso, ainda Mark (que é considerado inteligente, mas, para mim é muito burro), acha que proibindo esse tipo de mensagem vai fazer um ruído. A internet é muito grande e tem vários ecos (que podemos chamar, também, de ressonância), que atinge conceitos, atinge posições políticas, atinge posições religiosas e com a crise, pode atingir várias posições econômicas. O próprio Mark sentiu isso essa semana, quando depois de várias resoluções e derrubamento de várias páginas pelo mundo, as ações caíram e ele perdeu bilhões. Esse tipo de erro cometeu o Google com a questão do Orkut, antes deles, a televisão (e a mídia em geral), manipulavam a informação e alienava. Mas, a tevê é uma caixa. A Google, quando construiu o Orkut, a internet era bem mais limitada e uma novidade (os norte-americanos não gostavam do Orkut), mas, hoje com o Facebook, a internet está muito mais ampla com muito mais redes sociais. Mark, com toda a inteligência que diz que tem, está com o perigo de ser mandado embora da própria empresa. Mostrando para os “anarcocapitalistas” que a empresa não é sua completamente, e também, que o capitalismo como um sistema aberto, não nos dará muitas opções. Até burrice tem limite. Como você é mandado embora de uma empresa que você mesmo construiu? Isso mostra que até pessoas, aparentemente, bem-sucedidas, podem fazer cagadas homéricas (heroicas com seu próprio patrimônio).

Mark é a Alice que pergunta para o gato que caminho trilhar, mas, não sabe aonde quer chegar. O gato (poderíamos chamar o sucesso), pergunta onde ele quer chegar, ele diz que não sabe, aí, o gato diz que qualquer caminho serve. Muitas pessoas acham que estão bem onde estão e com o que conquistaram, mas, o trabalho é continuo e tem que ter foco. O Mark não tem foco. Acha que engana todo mundo, porém, está engando ele próprio.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Olavo de Carvalho não PODE ser filósofo






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Amauri Nolasco Sanches Junior

Já disse que o Olavo de Carvalho não é filósofo. No máximo é um intelectual e por ele dá curso, não quer dizer, que ele é um filósofo. Não avalio ele por causa de ter ou não um diploma – mesmo o porquê, existem filósofos de diploma que não filosofam e ainda acreditam demais em ideologias políticas nocivas – mas, a maneira que ele avalia as questões importantes e o quanto isso é nocivo. O Olavo de Carvalho e o Paulo Ghiraldelli, são, muito parciais e não usam tanto a racionalidade quanto parece. Analises politicas não podem ser parciais. Aliás, analises de filósofos não poderiam ser parciais. Claro, que a filosofia não dá margem ao que é verdade fechada dentro de um quadrado com um padrão de qualidade dizendo que isso realmente é filosofia. Por isso, não concordo quando alguns filósofos atacam livros ditos de autoajuda, porque fica como se uma imposição a verdades prontas, que isso ou aquilo é filosofia, e, muitas vezes, até nesses livros podemos fazer algumas reflexões interessantes.


Tudo que eu achei no discurso da professora Janaína Paschoal eu coloquei no artigo anterior “Janaína Paschoal falou a verdade e ninguém gostou”, onde achei bem oportuno a sua avaliação. Olavo de Carvalho twittou assim:  “Janaina Paschoal NÃO PODE ser vice-presidente nem de clube de futebol. ”, que mostra desconhecer até mesmo, times de futebol. Para o “professor”, o que seria um vice na altura do Bolsonaro? Quem quer ser vice do Bolsonaro depois de uma foto com uma criança fazendo gesto de arma com o dedo? Quem quer ser vice do Bolsonaro depois de todo o discurso que ele fez durante a sua carreira parlamentar? Ninguém, presumo. Ninguém quer que seu nome seja ligado a uma pessoa que discursa contra pilares básicos da ética, como não estuprar (seja a mulher do PT, PSDB, PDT e etc), como dizer que o Brasil é um pais cristão (fomentando o fanatismo religioso), como fazer crianças fazerem gesto de armas e outras coisas que estão cheios os jornais. Então, acho eu, que o discurso da Paschoal foi bem pertinente.


Agora, não vou dizer que o Olavo de Carvalho, como disse o Saindo da Matrix (esqueci o nome dele), é um velhinho qualquer que cismou fazer vídeo no YouTube. Não. Não é um velhinho do YouTube, porque faz anos que está em evidencia e escrevia artigo de jornal, escreveu livros e fica propagando teorias maluca da direita americana (a gente sempre importa merda de fora, única coisa boa, foi o rock). Uma prova dessa insanidade do “velhinho” é, querer estuprar minha inteligência, dizendo que o movimento hippie é um movimento comunista e que o rock é comunista. Nós sabemos muito bem, que a direita (que nunca pegou uma obra marxista e de Karl Marx), confunde socialismo com comunismo faz tempo. O gozado disso tudo – se não for, deprimente – é que o próprio Olavo disse em um vídeo que os regimes socialistas não quiseram levar adiante o comunismo, porque estatizar a economia era e é, uma coisa impossível. Se o próprio Olavo disse que o comunismo nunca existiu e não tem possibilidade de existir, esses caras da direita, falam tantas asneiras que ainda existe comunismo no mundo? A Guerra Fria termina com a queda do muro de Berlim, ponto.


Sou contra, também, filósofos acadêmicos por achar eles amarrados num modo, quase fanático, cientifico. Para mim, o modo cientifico não tem nenhuma diferença do modo religioso, não temos a capacidade empírica de dizer se aquilo é ou não, verdade. Você pode perguntar: mas, existem evidencias? Ok. Mas, não há diferença nenhuma de uma foto de um OVINI e uma foto de um foguete subindo aos céus, provas podem ser forjadas. O que podemos fazer é crer que aquilo seja verdade. No mesmo modo, ser um ateu e ser um religioso, é uma questão de crença. Sempre vi a filosofia muito além do que todo mundo vê, e não costumo a me prender a formas cientificas. O filosofar é dissertar ou fazer uma meditação a respeito das coisas e questões que estão dentro da filosofia, mas, também, é dissertar ou fazer uma reflexão em qualquer assunto.

Filosofar é ativar a criatividade por meio de abstrações sobre alguma coisa. Além de fazer longas reflexões, o filosofar é uma maneira de argumentar sutilezas. Por exemplo, a fala do Olavo de Carvalho, que falou que a professora não servia nem para ser vice de time de futebol. Quem é corinthiano (para evitar críticas mais acaloradas, sou um), sabe que isso não é verdade. Aliás, ditos filósofos que ditam verdades não são filósofos, porque querem impor verdades que só são autoverdades. Se Sócrates tivesse vivo – estou falando o filósofo grego, tá? – chamaria o Olavo de sofista, além, de outros. Sócrates não teve diploma, mas, não tinha preferencias nem na política, nem na religião, nem em nada. Ele questionava tudo. Os únicos que levaram ele e seu ensinamento a sério, foram os cínicos (apesar de Platão ficar famoso, a essência socrática ficou com os cínicos), porque ao fazerem o que queriam, questionavam a moral da época. Coisa que o Olavo não faz por questões religiosas, questões de achar que a moral cristã é a única (já vi ele falar muita merda da filosofia oriental), ele se fecha e não sabe expandir o debate. Não que eu discorde de tudo, mas, não acho que uma pessoa falar mal do que é obvio, seja declarada como “gurus”.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Janaína Paschoal falou a verdade e ninguém gostou






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Amauri Nolasco Sanches Junior

Algumas pessoas gostam da verdade, outras, já gostam daquilo que lhe agradam e podem, muito bem, distorcer o que é verdade. Hoje, sabemos que existe a pós-verdade (é um neologismo que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais.), existe a autoverdade, que podemos dizer, que é uma verdade que existe dentro de si mesmo. No caso do Bolsonaro, existem em seus discursos, muitas autoverdades que podem ser proclamadas como verdades somente para o conceito dele e de alguns dos seus seguidores. Aliás, essa questão da autoverdade, vale até defender torturador e também, repassar milhares de notícias falsas que não tem nenhum embasamento.


A professora e advogada, Janaina Paschoal, tem um discurso bastante verdadeiro daquilo que ela acredita. Não é um discurso para garimpar seguidores, tem muitos embasamentos jurídico bem construído. Ela não agrada ninguém e assim, gosto do jeito que ela discursa e fala. Porque estamos acostumados com pessoas com tapinhas nas costas, sorrisinho amarelo só para agradar, discursos demagogos, e quando aparece alguém que diz a verdade, ela é considerada maluca, as pessoas querem matar ela e etc.  Isso foi o caso de Sócrates, foi o caso de Jesus, foi o caso de várias pessoas que disseram a verdade e até mesmo, existe um ditado que diz, só falarmos a verdade e conseguiremos milhares de inimigos. A realidade é muito dura para quem não sabe ou não quer saber, que ela exista.

Só que estamos entrando numa dicotomia perigosa que pode causar danos perigosos. Quando se defende que é melhor uma criança segurar uma arma do que um adulto pelado, devemos prestar bastante atenção aos fatos e não em autoverdades. Primeiro, o “pelado” ou o “pedofilo” é em referência a exposição do Santander que o MBL fez todo aquele show, que não era exposição para as crianças, ponto. Se houve uma mãe que levou sua filha, acho que é problema dela. A direita sempre fica gritando que o governo deveria deixar cada um criar o seu filho, e quando uma mãe levou por vontade própria, assistir uma exposição dessas, ficam com essa “histeria” coletiva sem propósito nenhum. Outra coisa que criança não tem discernimento para fazer escolhas, ela pode pegar a arma e dar um tiro no alvo, ou na tua bunda sem ter a intenção. E pior, ela não tem força o bastante para segurar uma arma. Ou seja, quando ela atirar na sua bunda com um rifle ou um calibre 12 – que vai fazer você cagar de lado – a criança vai voar longe e até, se machucar ou morrer. Crianças tem que brincar e não carregar armas. Minha mãe não gostava que nós tivéssemos nem arma de brinquedo, portanto, é uma questão de educação.

Pelo que eu entendi da fala da Janaína Paschoal, não se pode fazer uma política justa e querendo a democracia, se por ventura, se ter uma visão estreitada de uma só linha. Não se ganha a eleição sem ampliar os horizontes e sem o debate de ideias, só se, o candidato tiver um viés dentro da ditadura. E um destaque interessante na fala da advogada, ela disse que vai virar um petismo inverso, esse petismo inverso pode ser conotado como os “bolsoinions”. Tem os “luletes” e também tem, os “bolsominios”. Acontece que a Paschoal queria ir bem mais além do que essa dicotomia de colegial, uma dicotomia que pode ser resumida em poucas palavras: a direita e a esquerda só são sombras dentro de uma caverna. O problema, que foi levantado pela jurista é em questão da “bolha” de sempre querer achar que o mundo deve pensar igual você, ter os mesmos conceitos do que você, mesmo sentimento do que você. As sombras são conceitos criados em certos contextos para a dominação, como, por exemplo, grupo de risco, pessoas com deficiência, pessoas negras, pessoas brancas, pessoas pobres ou ricas, pessoas heterossexuais ou homossexuais, pessoas transexuais e etc. mas, na essência, só são pessoas que estão na condição de serem iguais ou diferentes. Pensam iguais ou diferentes. E ainda sim, são pessoas.

Nas redes sociais se criou “bolhas” de pessoas ególatras que só que ler o que lhe interessa, não o que é realmente. A realidade é o que foi dito, discursos radicais, aqui, nunca ganharam pela maioria não gostar de autoridade. Mas, aqui a educação e a nossa cultura, a maioria gosta de ficar na caixinha de conforto. Se num grupo de filosofia, por exemplo, você pergunta qualquer coisa e quer uma resposta simples, não faz sentido e só mostra como queremos coisas simples. Caixinha de conforto. Acreditar em frases em memes, que na maioria das vezes, além de serem fora de contexto, são frases que são mentirosas. Acumular informação com memes, são caixinhas de conforto. E mais, estar numa caixinha de conforto é acreditar em heróis, pessoas que vão fazer o que nós devemos fazer, e jogar essa responsabilidade, numa só pessoa. Quem é fanático pelo Bolsonaro foi fanático pelo Lula, porque procura, uma espécie de pai, ou herói mitológico que vai nos salvar dos monstros comunistas. Que, aliás, o comunismo não existe e nunca vai existir.

O que a professora Paschoal disse, tem uma conotação verdadeira, porque todo mundo quer ficar no seu quadrado ideológico, seu quadrado religioso e acha, só porque acredita naquilo, que o mundo ficaria ais bonito assim e não vai. O deputado Bolsonaro é, até o momento, visto como uma pessoa honesta, mas, que não tem nenhuma noção de economia, não tem noção histórica (se é a favor do regime militar, tudo bem, mas assuma e não coloque coronéis torturadores como inocentes), não vai melhorar o Brasil numa canetada, não vai intimidar o crime colocando militar, não vai gerir uma nação sozinho. Já vi uma pessoa que vai votar no Bolsonaro, vai votar nos senadores do PT e deputados de outros partidos. Como você quer ter coerência na política, se o povo não sabe escolher? No mesmo modo, uma vez, um pessoal de um grupo de F1 (sai porque só tinha xarope), quis me convencer que nós não sabemos torcer para a F1 (Formula 0, né?), que não é o corredor que devemos  torcer e sim, a escuderia. Tive que rir. Porque não dá para dar trela para maluco de rede social que acha, sem tirar méritos de conhecimento que a outra pessoa pode saber mais do que eu sim, seu conhecimento como top. A questão é: até que ponto sabemos algo? Se não sabemos, porque não observar as outras opiniões e fazer uma divergência democrática?

domingo, 22 de julho de 2018

Ora professora Tiburi, a Lava Jato não é fascista, mas, o Dr Bumbum sim



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Amauri Nolasco Sanches Junior

Você pode achar estranho esse nome, mas, se lemos sobre o fascismo italiano de Mussolini (o Duce) e o nazismo de Hitler, a felicidade era a perfeição humano. Não se tratava apenas de movimentos políticos e de economia, eram movimentos estéticos que queriam que o ser humanos fossem perfeitos esteticamente e moralmente. Mussolini batia na mulher – segundo sua filha – Hitler se apaixonou pela própria sobrinha, perseguindo ela, até ela cometer suicídio. A alta cúpula nazista, eram de pessoas com deficiência física – Goebbels sofreu sequelas de poliomielite e o próprio Hitler, teria levado um tiro no joelho e nunca mais se recuperou – homossexuais, e até mesmo dizem, que Hitler teria ascendência judia. Ou seja, não jogue merda para o alto, que pode cair na sua cabeça. Assim como a esquerda que, muitas vezes, dá uma endireitada e fica em histerias idiotas.

O Duce queria restaurar os tempos áureos do império de Roma – tanto, que ele criou o Vaticano, uniu a Itália que já estava unida, mas, não tanto – e o Furher, queria restaurar a Prússia de Frederico, o Grande. Aliás, muitos especialistas (ah, os especialistas!), apontam, que na verdade, Hitler e seus asseclas, queriam restaurar o império Sacro Romano-Germano de Otão I, que para mim, é uma tremenda bobagem. Porque facilmente poderíamos apontar os países que ele invadiu – ganhou a Checoslováquia de presente dos ingleses e franceses para ficar quietinho – e chegarmos a bonita conclusão, que queria restaurar a Prússia. Mas, foda-se. Isso é só uma parte da história que daria um livro, mas, esse texto não é sobre estratégia de guerra, esse texto é sobre outro texto. Bom, a questão que a professora Marcia Tiburi, que fica chamando todo mundo de fascista, chamou a Operação Lava Jato de fascista e comparou os magistrados brasileiros, de fascistas e nazistas.


No começo do texto eu disse que os dois regimes, o nazismo e o fascismo, eram regimes estéticos. O governo nazista criou duas estratégias, um inimigo visível que era (para os nazistas) a escória do mundo – como judeu, cigano, pessoas com deficiência, homossexuais, comunistas, intelectuais, etc – e a propaganda, que começava a espalhar que poderia ser criada uma “raça” superior que sobrepunha as outras.  Essa ideia não é nova e não veio com os nazistas, os gregos, os romanos e até mesmo, regiões orientais e do oriente médio, tem essa ideia. Hitler, por exemplo, bebeu da fonte dos trabalhos da eugenia de Galton, pesquisas sobre a teoria de Darwin e outras coisas, meio, digamos, “esquizotericas”. A sociedade que foi criada dentro do catolicismo, teve uma cultura, digamos, platônica-aristotélica, que só existia virtude na perfeição do corpo (está nos livros A Republica de Platão e Política de Aristóteles). Então, a questão da cor, da etnia, da condição física e sexual, era muito forte na época e em alguma medida, até nos dias de hoje. Na questão dos judeus é fácil constatar que eles foram culpados pela morte de Jesus Cristo, mas, Hitler não se importava com Jesus, nem com nada disso, ele queria vingança de tudo e todos, que lhe rejeitaram. Porém, mesmo que a esquerda negue e vão negar, tanto Hitler, quanto Mussolini, beberam sim da fonte socialista de Marx.

Se prestarmos bastante atenção e isso é bastante sério, a implantação do fascismo e do nazismo é totalmente, uma implantação socialista. Tanto, que Hitler fez acordo com a União Soviética de Stalin, ponto. O socialismo não pode passar de socialismo para comunismo, senão, como os empresários e grandes empresas estatais, vão ganhar dinheiro? Como a roda do capital e da economia vai funcionar? Queiramos ou não, o poder é muito mais importante do que o dinheiro, porque uma nota de cem reais, é só uma apólice jurídica que eu posso trocar aquela nota por algo desse valor. Então, quando você chega ao ponto de dizer que juízes da Alemanha eram cumplices de Hitler e que o mesmo cansava de agradecer eles, acho que deveria tomar bastante cuidado.  Por que? Nem todos os juízes do nazismo e do fascismo, apoiavam os regimes e como constatou a filósofa, Hannah Arendt, eram apenas burocratas. Sim. Pensamos em burocratas como se fossem robozinhos do sistema que só querem ganhar dinheiro – lembramos que o poder é mais importante do que o dinheiro – e não pensam, são seres apáticos por natureza.

Aliás, a professora Tiburi deveria saber que se ela tem ainda, uma coluna numa revista chamada, Cult, é que estamos ainda num regime democrático de direito. E outra coisa, os ex-presidentes (Lula e Dilma), assim como seu partido, fizeram as coisas que eles estão sendo acusados e ponto. Não adianta ficar com birrinha achando que vai convencer alguém, que aliás, não convence mais ninguém.  Mas, existe um fenômeno curioso aqui, a mídia sempre dá destaque aquilo que vai distrair o grande público, porque, a grande mídia no geral, é da esquerda e não tem conversa. Enquanto, várias coisas rolando muito mais importantes, todas as notícias eram voltadas a um médico esteticista. Por que será? Será mesmo, como disse a “filósofa”, o fetiche é acabar com a corrupção? Ou, o Dr Bumbum, virou o símbolo do fascínio estético da perfeição nazista? Lembrando, ainda, a professora Tiburi, que existe a figura icônica dos juízes Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Será, que a professora de filosofia (que deveria saber que não existe uma verdade), acha eles também são nazifascistas? São perguntas pertinentes e não menos importantes.

O fascismo, já que a professora chama todo mundo que descorda das ideias petistas de fascista, é uma tentativa forçada de uma união social de um povo. Se fomos bastante radicais, tivemos bastantes movimentos fascistas ao longo da história, porém, há um problema que a esquerda (que não teve critério de inventar isso), não se ateve. O movimento, especifico, fascista de Mussolini tem o DNA socialista, porque, na essência o movimento fascista é um movimento social. O próprio Mussolini era do partido socialista e não tirou a ideia do fascismo do nada. Acontece, que o fascismo e o nazismo, não são movimentos que queriam implantar o comunismo (aliás, nem o movimento soviético quis implantar o comunismo), porque estatizar toda a economia é difícil. Além de estatizar toda a economia é difícil – sim, tinham milionários russos no tempo da União Soviética – ainda, não interessa a implantação do comunismo. Na essência somos uma humanidade egoísta, porque fomos criados a acreditarmos que devemos lutar por si mesmo, o poder criou esse discurso de vitimização (como um problema) e a solução que são os implantes culturais para dominar. Na verdade, tanto o modo capitalista liberal, como do socialismo, não passa de duas faces da mesma moeda. Afinal, como eu disse, o importante não é o dinheiro e sim, o poder.

Agora, por que eu disse que o Dr Bumbum é fascista? Vamos expor os pilares do poder. Temos a ideologia, temos a religião e temos a economia. A religião distorceu tudo que o fundador ensinou para caber dentro do que o poder quer, que no fundo, nem acredita na espiritualidade e nem em nada. Mesmo o porquê, religião não é espiritualidade. A ideologia política não quer resolver nada, ele dará sempre uma solução para o problema que o próprio poder, criou. O capitalismo, por exemplo, tem milhares de problemas que o poder produziu, ele pega a teoria marxista, e transforma a solução. Só que o socialismo também vem do poder que tem os mesmos problemas, a miséria (importante para ter mão de obra), tem o problema do meio ambiente, tem o problema da saúde e segurança pública. Daí entramos na ordem econômica, onde com a mão de obra as industrias funcionam, ganham dinheiro, gastam o dinheiro, assim giram a roda da economia. Chegamos onde eu queria chegar. Existe o quarto poder, a mídia. Mas, a mídia, é somente o poder econômico agindo dentro da propaganda mediática da felicidade, porque você deve acreditar que a felicidade é um corpo perfeito, é ter coisas, é ser cercado de amigos e pessoas. Muitos poucos tiveram a coragem de ir além daquilo que foram condicionados a acreditar. Então, a mídia cria médicos estéticos que modelam corpos que ela mesmo padroniza e que vão dar, ilusoriamente, um ar de felicidade e prestigio. Mas, é ilusão. São ilusões criadas para dar ao povo uma esperança e continuar trabalhando e achando, que se você tiver uma bunda perfeita, você será bonita e terá a felicidade. Será que homem gosta de bundas plastificadas? Será que isso só é mais uma sombra? O Dr Bumbum assassinou e deve pagar pelo que fez, mas, por outro lado, a gente não vê tudo isso quando um médico do SUS não atende ou mata alguém. Porque o Dr Bumbum pode estragar essa ilusão que ela mesma criou. Esse é o verdadeiro nazifascismo, criar o ser humano perfeito, só que, só seremos pessoas melhores, espiritualmente (dentro de nós mesmo).

O poder deve criar mitos dentro do progressismo (Lula), e deve criar um mito dentro do conservadorismo (Bolsonaro), que desune o povo num bem muito maior. O Dr Bumbum e a professora Tiburi, são faces de mitos criados pelo poder para não ver a realidade. O filme Matrix mostra muito isso – numa maneira de ficção cientifica – que o ser humano se aprisiona para não ver da verdade, mas, de alguma maneira, a realidade mostra qual é a verdade.  Você tem liberdade no capitalismo? Não. Eu quero ter um emprego e nenhuma empresa me contrata por eu ser cadeirante, mesmo eu sendo publicitário, técnico de informática e filósofo. Não se tem nenhuma liberdade de ser o que quer ser e fazer tudo. Existe igualdade no socialismo? Não. Porque sempre a casta governamental, vai ter o que ninguém pode ter (incluindo os burocratas), sempre existira um governo tirânico. O poder é um só, professora, até no petismo. No governo petista, se parou de fiscalizar as empresas que devem contratar 5% de pessoas com deficiência no quadro de funcionários. No governo petista, se teve maior índice de especulação de todo tipo (porque se vendia um país do outro mundo). Na prefeitura de São Paulo, o petismo sucateou o transporte público, se gastou muito em ciclovias, na acessibilidade se fez pouco, se tirou o remédio em casa para idosos e pessoas com deficiência. Se sucateou o transporte especial de vans (o ATENDE). Emparelhou conselhos. Emparelhou todas as empresas da prefeitura. Se isso não for um fascismo, não sei o que é.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Menina com síndrome de down sofre discriminação e o pessoal preocupado com o Dr Bumbum










Num outro texto que escrevi sobre o deputado que queria curar sua colega de plenário (aqui), eu expus a minha visão sobre a deficiência como algo ilusório entre o belo e o não belo. Queiramos ou não, criamos um padrão estético que se você sai desse padrão, ele começa a soar estranho daquilo que você está acostumado. Daí entra as pessoas com deficiência – seja qual for – e a ideia da perfeição (que envolve o Dr bumbum), que desemboca na estética. Bom. Vamos começar pela nomenclatura que o pessoal erra e muito. Não é deficiente, não é portador de necessidades especiais e muito menos, especial (afinal, não somos pastel), mas, pessoa com deficiência. Demorei um pouco para entender, porque eu achava que pessoa com deficiência era um exagero, porém, quando você destaca a pessoa antes da deficiência, você coloca o substantivo antes do adjetivo e dará mais ênfase dentro do indivíduo que tem uma dificuldade. Só isso. Todos têm a sua própria dificuldade e devem assumir essa dificuldade.


Então, devemos analisar pessoa primeiro do que deficiência. Originalmente – numa analise etimológica – o termo “pessoa” vem do grego “prósopon” (aspecto) que passou pela língua etrusca como “phersu” que significa “aí”. A partir desse termo, os latinos (romanos) construíram o termo “persona”, que são as máscaras usadas nos teatros pelos atores. Eram chamados também, personagens teatrais que eram representados (eram só homens, porque as mulheres eram proibidas a atuar nos palcos). Portanto, o termo “pessoa” é um parente muito distante de palavras de origem grega que são originadas do termo “prósopon” e seus derivados, como “prosopografia” e “prosopopéia”. Já no vocabulário latino se conserva o termo original “pessoa” (persona), no galego temos “persoa”, no italiano e espanhol (línguas latinas) temos “persona”, no inglês (que tem alguns termos vindo do latim), “person” e no francês que temos “personne” (que pode significar também “ninguém” se em francês, você escrever sem o artigo. Além, do francês vim do latim também) entre muitas outras línguas (Aqui).


O conceito de “pessoa” entra no pensamento do ocidente através do pensamento teológico do termo “hypótasis” que quer dizer, “posto sob”. Era uma tentava de construir uma referência as “pessoas” as Santíssima Trindade que partilham uma essência divina, que se vestiu em latim como “persona”, ou seja, “o que soa através”. Só, que etimologicamente, se remete a uma realidade “subsistente” que possui uma essência ou natureza que por essa se manifesta. Na verdade, “pessoa” não seria uma “essência” ou, se pensarmos biologicamente, uma “espécie”. Podemos classificar a “pessoa” como o filósofo, poeta e teólogo, Severino Boécio (477-524 d.c.), classificou um dia, como uma “substância individual de natureza racional”. Assim, trocando em miúdos (como dizem), seria uma realidade de natureza inteligente. Na era moderna, o filósofo Immanuel Kant (1724-1804), dizia que pessoa era uma constituição de uma realidade pessoal, uma “autonomia” a capacidade de se autodeterminar que surge como uma vontade livre e racional. Numa síntese: a razão instaura a liberdade, que é a constituição de uma pessoa e seria a raiz da sua dignidade (aqui).


A palavra deficiência assim como, o termo deficiente, vem do termo latino “deficiente”, que seria uma declinação do termo latino “deficiens”, que tem a mesma origem, “deficere”, o significado é faltar, falhar. Após o surgimento de termos tidos como politicamente corretos, foram criados vários outros termos que chamamos, eufemismos (palavra, locução ou acepção mais agradável, de que se lança mão para suavizar ou minimizar o peso conotador de outra palavra) como aleijado, deficiente, cego, surdo, mudo para pessoa com deficiência, física, visual, mental, auditiva e etc. algum tempo atrás, existia o termo “portador de deficiência” que mostrou a falha do “portador”, porque aquele que porta, não porta mais e a deficiência, é permanente em alguns casos.

Tudo isso é para mostrar que antes de uma deficiência, existe uma pessoa que como disse Boécio, seria uma substância de uma natureza racional, e como Kant, uma realidade pessoal autônoma da dignidade e liberdade de cada um. E a deficiência em si, não muda isso. Porque, se a deficiência é uma falta ou falha, todo ser humano tem uma falha ou tem uma falta, seja física, seja de caráter. E não estou falando de uma falha de caráter entre o certo ou errado – que fica no campo da moral – mas, caráter de construção de valores dentro daquilo que somos educados. Se respeitamos as pessoas como elas são, isso são valores que somos submetidos dentro de um espectro geral. E educar as crianças a terem uma autoestima, porque se você não liga para apelidos idiotas, você tira o estigma daquela pessoa que quer te colocar um adjetivo pejorativo. Porém, existem as pessoas ignorantes das leis e de uma cultura do conhecimento, que se deixam levar pelo medo e pela conformação.

Se uma pessoa é um ser autônomo, único em toda a realidade, então, uma pessoa com síndrome de down é um ser único. Embora, com suas limitações (por causa da duplicação do gene 21), ela é uma pessoa, autônoma que sente as coisas. Imagine, você com 13 anos sendo discriminado e excluído de uma festa junina e seu pai e sua mãe, vendo? Se você que é perfeito, se você é uma pessoa aceita dentro da sociedade, ficou indignada e seus pais ficaram também, imagina uma pessoa com alguma deficiência. Isso se chama: apatia. Estamos numa sociedade apática que não demonstra nenhuma emoção ou simpatia, por assuntos sobre nós e isso tem a ver com a simpatia e apatia. Mais além ainda, o preconceito é a demonstração clara da cobrança pela perfeição e sempre estarmos, felizes. Na própria demonstração de ignorância do deputado da bancada evangélica, demonstra essa necessidade compulsiva da perfeição e as pessoas só vão ser felizes se forem perfeitas. Que é uma ilusão. Nada nesse universo tem a mesma visão de perfeição que temos, tudo funciona como deve ser e nada tem que ser como queremos. A menina com síndrome de down foi esquecida num canto porque não interessava a escola mostrar ela – mesmo que ela não queira, ela precisa ser estimulada – porque uma professora que fez um magistério (existem hoje até curso online de inclusão na educação, basta querer), ela faz um juramento de educar e de ensinar para todos. Todos os professores que me ensinaram e ensinaram outras pessoas com deficiência, não desistiam tão fácil e conseguiram. Falta vontade em quebrar acomodações.

Claro, que a culpa não é só da escola e dos professores (junto da direção), tem que ter também, uma cobrança governamental sobre a educação. Um governo que diminui a verba da educação – nunca as suas regalias que são de milhões de reais, além, dos salários – que investe em um currículo escolar pobre e sem nenhum nexo, vamos assistir muitos erros como esse. O governo brasileiro é igual todo governo latino americano, quanto menos educação, melhor para fazer o que quiser. Não precisa ser um gênio. Daí, não temos aula de interpretação de texto, não temos aula de escrita, não temos aula de matemática, não temos uma aula de verdade (não essa palhaçada que se dá no ensino médio) de história, e sim, temos que ter mais aula de filosofia e sociologia. A filosofia não atrapalha a matemática, o que atrapalha a matemática é o jeito que você ensina a matemática, se você é bom, você ensina qualquer coisa mesmo no meio de uma guerra. Mas, ninguém quer saber, por causa de um sistema que te faz pensar que é liberto, que pode fazer o que você quiser. Nem na internet você fala o que você quiser, imagina, na vida real do dia a dia. Um exemplo que trouxe é da menina com SD, queria dançar quadrilha (não de Brasília), não pode porque fizeram a sacanagem de proibir ela disso por causa da sua condição física.

E qual a preocupação do quarto poder (a mídia)? O Dr Bumbum. Isso mesmo. Um médico esteticista que faz modelagem de bunda. Aliás, o tal Dr bumbum, é um subproduto da própria mídia que te faz pensar que você só é feliz se você for perfeito, se você tiver a bunda perfeita. Não é bem assim, envelhecemos, vamos cada vez mais, perder a nossas células e por outro lado, nem sempre vamos ser felizes. Vai ter dia que estamos infelizes, com gripe, com diarreia, com várias coisas que te deixam chato. Então, a rede social é uma puta ilusão e temos que lhe dar com isso, com a cobrança quase insana de sermos felizes todo dia. Não sou em nem quero ser. mas, quem em sua sã consciência vai fazer uma operação com o Dr Bumbum? O que ele tem a mais que ofereceram mil reais para denunciarem ele e tantos médicos que matam, que não trabalham, que não atendem direito e o ESTADO não está nem aí?

terça-feira, 17 de julho de 2018

Não vi a copa do mundo e o vídeo que o Brasil vendeu a copa


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Se você não leu meu texto sobre a Copa que está no meu Linkedin, sugiro que leia primeiro que vai estar linkado aqui. Por que? Porque explico de uma maneira bastante didática, qual o meu pensamento sobre a copa do mundo e o porque eu não vejo. Mas, eu não assisti os jogos da copa porque não acho graça e não vou assistir um jogo, só porque todo mundo assiste e que tenho que ter assunto. Não tenho que ter. essa rivalidade é alimentada pelos governos para que a humanidade não veja a verdade – isso é bem mostrado na animação Vida de Inseto de 1998 – e comecem a indagar as decisões desses mesmos governos. Mas o que poderia ter de novo no fronte? Há um vídeo circulando na internet (mundo digital), que nos faz pensar se essa Copa do Mundo é mesmo jogada sem nenhum acordo (historiadores dizem que haviam acordo até mesmo, nas lutas de gladiadores). Tudo que entra milhões em dinheiro e envolve o poder, sempre a trapaça chega a esse ponto.


Única coisa que achei exagero é o prêmio de R$ 700 mil dólares que o vídeo diz que cada jogador ganhou, acho que mesmo uma instituição como a FIFA, não iria gastar tanto dinheiro. Mesmo o porquê, se for ou fosse verdade, existiria acordos diante do mundo inteiro e existiriam conflitos de interesse. Mas, mesmo assim, acho que existem acordos de times europeus de ida de jogadores brasileiros para o exterior, que envolve, bastantes coisas estranhas que estão além da imaginação da maioria. Não acredito nesse tipo de teoria, porque ela é sempre uma teoria “enlatada” americana, que sempre, alguém tem um plano para dominar o mundo. Quem mesmo jogou duas únicas bombas atômicas, cruelmente, matando milhões de pessoas? Quem criou a maioria de produtos tóxicos que poluem o mundo? Mesmo gostando de alguns elementos da cultura contestadora americana, como o rock, KFC, milk-shake e etc, os Estados Unidos tem uma grande parcela de culpa da desgraça e do grande fracasso do globalismo capitalista.  Por que fracasso? Lançou a internet onde deu um outro mundo para ser explorado por aqueles que contestam (mesmo que existam pessoas alienadas postando coisinhas irrelevantes).


Mas, como vimos no último dia 8 de julho, quando o juiz do TRF-4 tentou livrar o ex-presidente, Lula, no meio da copa, podemos ter a certeza do papel do mundial no mundo. Imaginem uma humanidade sem jogos para lhe divertir, sem nenhum programa e nada para torcer (a competição é uma forma de alienação contra a união), a humanidade não teria esperança e nem certa alegria [questionável], e assim, começariam a indagar os meios de governo. Imaginem o quanto os governantes teriam que explicar a cada passo que dariam. Esse vídeo, mesmo que não for verdade, faz o papel de questionar o grande papel de competições mundiais dentro da economia e dentro da alienação da maioria. Lembramos da caverna platônica. Humanos acorrentados dês a infância, que só viam sombras em uma parede e essas sombras, eram para eles, algo como a realidade. E existiam hierarquias dentro dessa caverna, porque existiam os sábios que teorizavam o que seriam essas sombras, e os governantes, que sabiam o que eram as sombras (porque eles próprios são os produtores das sombras). Eis que de repente, um desses seres humanos – Platão descreve como homem por causa da sua cultura da época – se solta dessa corrente e vai em direção de uma luz que estava entrando na saída da caverna. A saída era íngreme e ele teve que subir até sair da caverna, e quando saiu, seus olhos começaram a doer, por causa do não uso e começou a se acostumar, viu um outro mundo. Viu que a realidade era além das sombras da caverna. Aliás, depois que viu a realidade além das sombras da caverna, o ser humano, viu que a caverna era só uma parte da realidade que se conhecia. Voltou e tentou libertar os outros da ilusão das sombras e os teóricos das sombras – que identificamos como os religiosos e professores – começaram a ridicularizar o ser humano que viu a realidade lá fora. Todos riam das suas afirmações. Até que ele insistiu com elas (afirmações) e foi morto por aqueles que tentou libertar.


Platão descreve a vida do filósofo. Mais ainda, descreve a vida do seu mestre, Sócrates de Atenas (469 ac a 399 ac), que foi condenado a beber cicuta (veneno), por corromper os jovens ao ateísmo. Mas, foi uma acusação, totalmente, politica, e é fácil verificar isso. O próprio Sócrates ao perceber que iria morrer, pede para um dos discípulos matar um galo para Esculápio (deus da cura), outro momento, fala da espiritualidade e de “deus”. Um filósofo ou aquele que busca a sabedoria, são pessoas que subvertem o sistema que inventam narrativas e “sombras” (realidades fabricadas em forma de ideologias e religiões), sempre visando, transcender aquilo que chamamos de real. Sócrates, e outros ao longo da história, saíram dessa caverna (que graças ao filme Matrix, o chamamos de mundo de Matrix). O futebol é uma sombra. Existem muitas outras sombras que não te deixam ver a realidade e não te deixam indagar e um vídeo desse, logicamente, te fazem, no mínimo, indagar aquilo. A Copa de 1982 o Brasil não ganhou porquê? Em 1998 o Brasil perdeu o porquê? No próprio Brasil, em 2014, o Brasil perdeu o porquê? Nesse ano o Brasil perdeu o porquê? São perguntas que ninguém faz.





domingo, 15 de julho de 2018

O deputado profeta que quis curar a dep. Mara Gabrilli – a dicotomia cristã








Um vídeo que vem circulando nas redes sociais, que vem causando bastante espanto, mostra o deputado federal, Cabo Daciolo(Patriotas-RJ), “profetizando” que a deputada do PSDB, e agora candidata ao senado, Mara Gabrilli, iria andar. Sempre lembrando que a deputada é tetraplégica por causa de um acidente de carro. Não há nada de errado você acreditar em alguma religião e respeito muito a religião evangélica, porque a minha vozinha era evangélica, a família da minha noiva é evangélica e a própria Marley, é evangélica. Mesmo ela, quando comentei o fato, me perguntou: “Por que a deficiência incomoda tanto as pessoas? ”. É uma pergunta a se pensar e é uma filha bem nutrido da dicotomia criada dentro da teologia cristã, que na idade média, dominou o ocidente por mil anos: a dualidade.

Essa bipolaridade entre o bem e o mal, surge como uma solução teológica vinda do teólogo e filósofo, Santo Agostinho (354-430), que trouxe do maniqueísmo. Para o criador do maniqueísmo, Manes (séc. III), que viveu e criou sua doutrina da antiga, Pérsia, o mundo tem duas forças, o bem (que poderíamos chamar de Deus), e o mal (que poderíamos chamar de Satanás). Mas, até então, o maniqueísmo era uma religião (se poderíamos chamar de algum tipo de religação) gnóstica, que pregava que o ser humano só poderia ser salvo por causa do conhecimento. Basicamente - porque é bastante longa a explicação – o gnosticismo, ensina que a vida no plante Terra é uma vida dolorosa e muito perversa. Com a iluminação interior, ou gnose, mostra que a alma, que para os gnósticos participam da natureza de Deus, desceu ao mundo maligno da matéria e deve ser salva pelo espirito e pela inteligência.

O grande salvador da verdadeira natureza e do destino da humanidade, é o conhecimento, que seria também, de Deus e do universo; é expressado dentro do maniqueísmo por sua mitologia, segundo o qual, a alma dominada pela meteria maligna (daí vimos de onde vem a questão do materialismo como o mal), se liberta através do espirito. Dentro do maniqueísmo (gnosticismo), existem três estágios: primeiro, o passado, quando estavam (radicalmente, separadas as duas substâncias (espirito e matéria, bem e mal, luz e trevas). Segundo, o presente que corresponde um período intermediário, no qual as duas substâncias são misturadas. E terceiro, o futuro, no qual a dualidade original se estabelece. Assim, na morte, a alma do homem que houvesse superado a matéria iria para o paraíso, se tivesse uma continuação na ligação da matéria pelos seus pecados da carne, seria condenada a renascer em um novo corpo (a reencarnação cármica que vou escrever mais adiante). Foi considerada uma doutrina herética pela igreja cristã, no qual, Santo Agostinho seguiu por muito tempo.

Acontece, que ao mesmo tempo que Santo Agostinho herda algumas características do maniqueísmo, ele combate o maniqueísmo. Porque dentro de qualquer doutrina gnóstica, esse “deus” que criou o mundo e toda a matéria, na verdade, é malvado. Ele foi criado pela Deusa Sophia (sabedoria), que queria conhecer o “deus” que criou tudo e é o verdadeiro bem, mas, ele (Deus), está fora do tempo e do universo e não pode ficar dentro dele. Portanto, o “deus” Demiurgo, na verdade, não é o bem, e sim o mal por ter feito tudo por vaidade (até podemos fazer uma breve ligação do velho testamento). Santo Agostinho nega essa doutrina dizendo que o único Deus é o bem de tudo e não há um outro “deus”, que o mal (prestem bastante atenção), é apenas uma condita maléfica dentro do nosso livre-arbítrio. Ou seja, para Agostinho, não existe o mal como substancia concreta, mas, como vontade perversa do homem enquanto escolha. Vimos isso na frase da sua autobiografia: ““Procurei o que era a maldade e não encontrei substância, mas sim uma perversão da vontade desviada da substância suprema”. Aí chegamos num ponto importante, porque se o pai da igreja cristã, falou de livre-arbítrio e o mal é errar nas escolhas dessa liberdade, por que a igreja hoje prega o mal como uma entidade viva?

O diabo (do latim diabolus, por sua vez do grego διάβολος, transl. diábolos, "caluniador", ou "acusador”), é um título a uma entidade sobrenatural maligna e era um querubim (segundo a tradição judaico-cristã), que era responsável de cuidar do trono de Deus e sentar ao seu lado. Foi expulso do paraíso por causa de seu ciúme (porque era o querubim mais belo do paraíso e o mais querido de Deus), do amor de Deus pelos homens e resolveu tomar o trono de Deus para ser o soberano e destruir a humanidade. O problema que o paraíso como o mundo espiritual não poderia ter uma guerra (já que o espirito é apenas a consciência da matéria pensante e os anjos foram feitos da essência direta de Deus e seu amor), e nem um querubim poderia ter sentimentos tão humanos que poderia ter iniciado uma guerra contra Deus (imagina a desproporção, né?). e outra coisa, isso cria vários paradoxos, como, por exemplo, se Deus sabia do futuro, ele poderia não ter criado esse querubim e ter evitado a guerra, e assim, não ter o mal. Prefiro a explicação que tudo é um TODO.

Depois que a gente fez um resumo da origem do bem e do mal, dentro da igreja cristã (católica e protestante), voltamos a fala do nosso deputado profeta. A minha noiva perguntou: “Por que a deficiência incomoda tanto? ”, e na reflexão dessa pergunta fiz algumas pesquisas e cheguei à conclusão, que estamos regredindo. As igrejas lá fora e a igreja Metodista, tem textos interessantes explicando que pessoas com deficiência (aqui). Cheguei à conclusão que a deficiência incomoda por causa do medo, e também, por causa da ideia de perfeição. As pessoas não querem abrir mão de algumas coisas por causa de pessoas com deficiência, seja numa imprensa, seja num passeio no shopping, seja numa igreja ou em qualquer lugar que passamos. A fala do deputado é a fala de qualquer religioso que se acha no direito de julgar, que ainda acha, que como o judaísmo sempre pregou, a deficiência ser uma maldição e não é. O Eterno, como consciência além do que possamos imaginar, criou tudo como uma unidade e a deficiência e não deficiência, tem que ser experimentada pela alma. Por que? Porque a deficiência (o imperfeito/o material/a substância daquilo que não é) tem que ser experimentada para ser aceita e quebrar o orgulho. Podemos pedir ajuda, podemos ter compaixão, podemos nos sentir muito mais espirituais, muito mais ligados com o Eterno. É o momento, que o espirito aceita as coisas como ela é e não o que elas devem ser, provando a aceitação de si mesmo como perfeição da alma e não a perfeição da matéria. Essas coisas, as religiões cristãs perderam a muito tempo.

Aliás, na verdade, como as religiões tanto judaicas, quanto as religiões cristãs, se tornaram religiões materialistas (nada tem de espirito e sim, de material), abrigaram pessoas que tem medo de fenômenos espirituais. Mas, como os rituais são intensos, as ligações espirituais e os fenômenos acontecem e a maioria não distinguem em fenômenos de sabedoria ou fenômenos de ignorância (não gosto do conceito de superioridade e de inferioridade). Mesmo o porquê, como sou anarquista, eu gosto de muitos conceitos orientais de que toda a realidade pertence a um TODO. Na minha visão (na explicação espiritual da deficiência eu errei, pois, não existe uma deficiência e não deficiência), não existem o bem e o mal, mas, a livre escolha entre caminhos que devemos escolher para ir para a sabedoria ou ficar na ignorância. Ou evoluímos respeitando o outro como é – em aparecia ou em comportamento – ou não vamos poder ir além (transcender), a aparência com a real essência da pessoa em mostrar sua dinâmica da realidade.

Na própria bíblia está em Isaías (45:5 e 7): “Eu sou o senhor e não há nada além de mim”, “Eu formo a luz e crio a escuridão, eu trago a prosperidade e crio a desgraça, eu, o senhor, faço todas as coisas”. Ou seja, não existe duas polaridades e não existe perfeição e imperfeição, porque o cosmo é uma unidade só. Não existe ordem, porque a ordem e a desordem são estados necessários para a evolução da realidade em princípios ativos e não ativos. Portanto, se começamos a acreditar na dualidade, começamos a entra no paradoxo do mal (que Lactâncio atribui a Epicuro, mas, esse paradoxo ou trilema, vem muito antes do filósofo grego). Diz assim: “seria Deus desejoso de prevenir o mal, mas incapaz? Portanto, não é onipotente. Seria ele capaz, mas sem desejo? Então é malévolo. Seria ele tanto capaz como desejoso? Então, por que há o mal? ”. Quem teria feito esse paradoxo, não conhecia a unidade e o erro do ocidente é ter criado a dualidade.

Daí voltamos a pergunta da minha noiva: “Por que a deficiência incomoda tanto? ”. A dualidade também gera a beleza e não beleza, que no fundo, não existe. A felicidade pode transcender o belo (como conceito humano), pode transcender o perfeito, pode transcender o que é certo. Mas, o que seria belo, perfeito e certo? Se o próprio Isaias disse que não há dois Deus, não há duas realidades, não há duas naturezas, então, não há razão da deficiência ser uma maldição do Eterno (muito menos a ideia cármica). Porque a deficiência é uma condição e não um estado, não há razão do Eterno quebrar sua unidade conosco por causa de um corpo deficiente. A felicidade não é e não é feita da perfeição do corpo. Talvez, a deficiência seja um espelho da limitação humana, mas, não limitação da capacidade humana de gerir algo de positivo. A própria deputada foi escolhida da ONU para participar de uma representação das pessoas com deficiência. Portanto, não cabe uma deficiência dizer se uma pessoa é ou não é, mas, o caráter de fazer ou não algo pelo próximo.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Um cadeirante rockeiro e a mania social da perfeição






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Eu sou rockeiro desde quando eu comecei a escutar bandas como Bom Jovi, George Michael (que é considerado, pop, mas seu primeiro disco tem sim, um tom de rock). Mas antes mesmo, meu pai já tinha me apresentado os Beatles, Led Zeppellin e outros nomes do rock. Tenho amigos de infância, que já gostava de Elvis Plesley. Como não tínhamos, naquele tempo (anos 80), nem internet e não tinha vindo ainda a MTV (vinda só nos anos 90), não sabíamos muito das bandas. Daí comecei a escutar uma banda que eu gosto até hoje (mesmo achando o Axl Rose um filho da puta), Guns`n Roses, onde eu descobri o rock mais pesado (com mais guitarras). Depois veio Metallica, veio Motorhead entre outros (porque eu comecei a ouvir a 89 que na época, era uma rádio aqui de São Paulo de rock). Com a MTv –Brasil, começamos a descobrir mais das bandas, com as revistas começamos a ter mais informação e eram interessantes essas informações, porém, nada comparado com a era da internet. Hoje sabemos muito mais das bandas do que antigamente. Mas, o rock sempre teve uma atitude contestadora, mesmo, quando se tratava de religiões.

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Claro, que quando você é adolescente, sua contestação era muito mais forte do que, quando somos mais velhos. Mas, uma coisa curiosa que eu vejo dentro do cenário brasileiro do rock (até mesmo do heavy metal), uma tendência conservadora. Não há nada de errado as pessoas gostarem de rock e acreditarem em alguma religião, terem família e acreditarem no núcleo familiar (no qual, eu acredito também), mas, gostar de uma banda porque o vocalista é cristão (como o Megadeth e Slayer), ou desprezar outras, só porque tem letras anticristãs, chega a ser preconceito. Pessoas que se dizem contestadoras (porque roqueiros são sim contestadores), terem esse tipo de preconceito, é de uma burrice sem tamanho. Nem acho que quem acredita na religião cristã não possa gostar de rock, mas, o que não pode é usar isso para disseminar ideias que nada tem a ver com o rock (sabemos quem é, né?). Se isso não bastasse, tem mulheres dentro do rock e do metal (pelo menos aqui no Brasil), que ficam atacando as funkeiras com os argumentos que a atitude rockeira não tem isso, as rockeiras não saem nuas. A gente sabe que dentro da história do rock, que houve muitas artistas e fãs, que transaram exaustivamente, com seus ídolos, também, vimos em vários shows, fãs mulheres tirarem a camiseta (mostrando os peitos), indo no palco e beijando os músicos e por aí vai. Não sabem nem a história do rock e querem argumentar coisas irrelevantes.

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Mas, ao contrário do que muitas pessoas acham, o rock não morreu e não vai morrer, porque o rock é uma atitude antes mesmo de um estilo de música, que sim, mudou muitas coisas. E é bastante engraçado, que depois que comecei a ler, comecei a devorar obras de literatura, outras religiões (li bastante a nova gnose), e até mesmo, obras filosóficas, eu comecei a ver que as músicas saíram das ideias de algumas obras literárias. Mesmo os rockeiros brasileiros (como Raul Seixas, Rita Lee, etc), tinha uma carga literária bastante forte (também vi no mundo dos quadrinhos, mas, é outro texto). Dessa nova safra, destaco a Pitty (no qual, eu gosto bastante). Músicas filosóficas, contestadoras, de cunho bastante poético que tem muito a ver, com a raiz que ela tem com Raul Seixas, que a Pitty mesmo, já disse. E confesso, muitos textos ela e o Raul, me inspiraram e dar margem o que eu próprio pensava. É a alma do rock.

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Mas, o rock me deu uma outra coisa – junto com a filosofia – uma atitude de contestação da ordem vigente dentro da sociedade. Você não pode ser um conservador, por exemplo, e ver várias falhas num sistema corrupto, que fomenta o preconceito e a discriminação. Nunca entendi qual a diferença de mim e de qualquer pessoa, porque eu tinha pensamentos e ideia iguais e até maiores – que muitas pessoas, dentro e fora do mundo online, pensavam que eu tinha doutorado – e não tinha namorada. Na verdade, a grande maioria dos meus amigos, eram e são pessoas sem deficiência e as minhas namoradas efetivas – sem contar os relacionamentos online que eram virtuais apenas e eu não acho, pelo menos hoje, um relacionamento de verdade – foram todas com deficiência. A minha adolescência foi marcada de muitas contestações daquilo que o ser humano chama, esteticamente aceito. Qual menina de seus 14 anos ou menos ou mais, diriam aos seus pais que namoravam uma pessoa com deficiência física? Um país machista, um pais sem cultura nenhuma, um pais que quer um moralismo que não cabe mais nesse século. Então, eu comecei a contestar tudo que eu achava que não cabia no meu contexto e acabei estudando, tirando três diplomas.

Nesses anos todos de contestação sumaria de tudo acabei vendo que nosso povo não é conservador, nosso povo é acomodado, ele não quer que mude aquilo que está bom para ele. Se a nossa cultura fosse conservadora, seriamos um povo que não mudaríamos de nação soberana, e ficaríamos, como colônia. A mudança é importante para o progresso do ser humano e da sociedade num todo, mas, há falhas nesse progresso que dentro desse progresso, há quebras de elementos dentro de um interesse. No caso da deficiência – porque existem milhares – existem interesses de casas de repouso, instituições que ganham com a deficiência e não querem sair disso. As religiões (vou escrever um texto só disso), começa a dizer um monte de coisa por causa de um conformismo e para a pessoa se conformar, ou promete a cura, que quando não acontece, é falta de fé. Jesus não disse que as deficiências poderiam ser revertidas pelos outros, mas, por ele mesmo, mas isso, escreverei outro texto sobre o Doctor Strange.

Não existe esse discurso que a normalidade começa a querer impor de novo, porque todo mundo sabe, que quem tem deficiência é discriminado. Tudo não foi feito para cadeirante, muito menos, emprego. Portanto, o rock e deu mais vontade de contestar e parar de se fazer de vítima e ir a luta. É isso.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

MC Melody e Nego do Borel – o Brasil que nunca amadureceu




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Vendo um vídeo do chargista, Mauricio Ricardo, ele compara o novo visual da Mc Melody com o Brasil. Por que? Porque, assim como o Brasil, a cantora mirim – já que ela é menor de idade – tem tamanho, mas, não tem um amadurecimento para lhe dar com algumas situações; no mesmo modo, o Brasil se mostrou neste domingo (8), umas imaturas decisões políticas e dentro do judiciário.  Mostrou diante do exterior, as nossas instituições que se “mexem” por causa de interesses, se faz muita coisa por causa de partidos políticos ou ideologias (muitas vezes, também por religiões e exemplos temos, como o prefeito do Rio de Janeiro), que estamos cheios de exemplos. Mas, que acabaram de se embrenhar dentro da nossa cultura.

Essa é a questão: a nossa cultura. A nossa cultura tem uma mistura de iluminismo, romantismo e o cristianismo católico, que muitas vezes, tem atrapalhado algumas análises mais serias das questões que acontecem. Temos uma cultura voltada a moral cristã católica, temos uma visão romântica do que a realidade deve ser, e também, temos o positivismo (vertente filosófica de Comte que veio diretamente, do iluminismo), que vê um lado positivista (leia-se, cientifico) e não, um lado mais cético da coisa. Temos uma cultura que acredita em tudo que é dito. Para temos uma visão política mais madura – no sentido de não ter uma dicotomia – teríamos que desenvolver uma visão mais cética da coisa, sem acreditar muito parcialmente. Se eu apoio o Bolsonaro, por exemplo, eu apoiar tudo que ele fala e “combater” tudo e todos que descordam, assim, que quem apoia o Lula e o seu partido (PT), fazer o mesmo. Porque é uma questão ética saber a hora de falar que sim, tal político errou ou não, que o juiz Sérgio Moro, errou ou não. Isso não é defender o outro lado, é um amadurecimento que começa com o ceticismo e com a crítica ao sistema vigente.

Mesmo eu comprando esse computador (que estou usando para escrever esse texto), mesmo tendo minha cadeira de rodas (que uso para me locomover), mesmo que acho que há uma certa liberdade, o capitalismo criou uma anti-fraternidade dentro de alguns setores. A maioria das pessoas, ficaram bastante individualistas, sem a menor noção que não são beneficiados com a tal liberdade, são apenas, mais um dentro do sistema. E não se enganem, os partidos de esquerda como o Partido dos Trabalhadores (PT), fizeram a mesma coisa transvestidos de “justiceiros sociais”. Existem petistas capacitistas, homofóbicos, misóginos e outros termos que eu me perco – porque para mim, preconceito é preconceito – que não é diferente que é dito de direita ou extrema-direita. Claro, se fomos ver e analisar com bastante critério, o petismo é sim, uma extrema-esquerda. a questão é os extremos dentro de uma política que não deveria ter (mesmo o porquê, sabemos que a democracia não assegura liberdade nenhuma), mais dialogo e menos, pessoas mostrando verdades prontas. Nesse contexto podemos entrar no exemplo do Nego do Borel.

Nego do Borel gravou um clip que chama “Me Larga”, que é um funk carioca sambista, que ele se veste de homossexual e num momento do vídeo, beija outro homem. Até aí, tudo bem. O problema é que, primeiro, ele apoia o Bolsonaro (tem foto e tudo), que queiram ou não, defende a eliminação de pautas da minoria. Outra coisa, o estereotipo básico dos homossexuais, meio, escrachado e meio ironizado. Vamos começar com o apoio do Bolsonaro, porque eu acho que você tem que ser verdadeiro daquilo que acha e pensa. E como o filósofo Paul Ricœur (1913-2005), a ética tem muito mais importância do que a moral, porque Kant, filósofo prussiano do século dezoito, dizia que deveria ter uma moral universal. Ricceur, dizia que o importante é a ética, porque a ética é individual e a moral é coletiva. O próprio termo – ética vem do termo grego “ethika”, que por sua vez, vem do grego “ethos” e moral, é uma tentativa romana de tradução que era “mores”. O termo “ethos” se traduz “caráter” e o termo “mores” que quer dizer, “costumes” – tem uma conotação universal, porque quando os romanos traduziram para o latim “ethos” eles não ligaram muito para o caráter, porque, “ethos” também queria dizer, “meios de costumes”. Então, para o romano, ficou costume e não, caráter. Uma ideia universal, que, após a queda do império romano – entre aspas – a igreja não ensina e ne adota a ética, e sim, a moral.

Portanto, Riccour,  vai dizer que a ética tem que ser a prioridade do pensamento humano. Mas, para ser ético, temos que ter coerência, se eu apoio essa ideia, tenho que seguir essa ideia, não dá para sair dessa análise. Se o Nego apoia o Bolsonaro, primeiro, ele deveria largar o funk, porque, o candidato, declaradamente, é conservador da direita. Ele apoia uma pauta que não cai bem, nem para a música que ele canta, e nem faz jus do que ele é (um artista). Ainda, cai na besteira – com ou sem uma boa intenção – de querer agradar um nicho que começa a ser explorado, a comunidade LGBT. Nos Estados Unidos, isso tem um nome e chama “pink Money” (dinheiro rosa), que seria a grana que muito homossexuais, doavam para campanhas e pagavam os shows (fora, músicas em streaming, cds, dvds, cinemas e etc). Aqui se descobriu esse público, se investe nesse público e essa música, como muitos da comunidade denunciam, começa a quererem explorar esse meio. Como, mais ou menos, a Anitta já descobriu já faz um tempo o dinheiro das minorias (como pessoas com deficiência, como homossexuais, como o pessoal das comunidades e etc). É errado? Não. Porém, é questionável dentro de uma certa ética. Se não, vai ficar com aquele papo furado que a pessoa pode ser liberal na economia, ao mesmo tempo, ser conservador nos costumes e não existe. Scruton, filósofo britânico e conservador, em uma entrevista disse, não existir isso. Ou a pessoa é conservadora, ou a pessoa é liberal.

Isso mostra uma coisa interessante, a imaturidade política, e a falta de critério dentro daquilo que se ouve, aquilo que se assiste e aquilo que se acredita. Um exemplo que eu vi essa semana, que uma mãe viu a filha, de mais ou menos, uns quinze anos, um vídeo que a filha estava rebolando e bateu nela. Ora, vê porcaria na tevê com a filha, ouve porcaria com a filha, dai – pesquisas comprovam que o caráter da criança se constrói até os sete anos de idade – quer educar a filha depois de maior? Minha mãe, até a gente ser adolescente, nunca deixou ver programas de televisão que pudessem ser prejudiciais a educação de cultura. Sempre, eu e meus irmãos, fomos criados em ter uma boa cultura. Meu pai, sempre comprava discos de pop, de rock clássico – ele adora de Elvis até mesmo, clássicos da música brasileira – ali, nunca tivemos uma cultura de baixa estatura, uma cultura de massa. Depois fomos incentivados a ler, a saber sobre política, a saber o que acontecia no mundo. Portanto, quando você vê um vídeo desses que você tem uma mãe, além de achar que está com a razão, ainda, grava a palhaçada e tem gente que apoia. A minha educação toda (seja a escolar ou a familiar), para começar, se recusa até mesmo, compartilhar vídeos desse porte, crianças ou pessoas caindo, brigas, entre outras coisas.

O problema grave, é o grande número de pessoas que não sabem interpretar nada, não estudar ainda de dar a sua opinião e ainda, se acha o especialista. Acho que vivemos um momento da nossa cultura infantilizada e pobre do Brasil.